sábado, 4 de outubro de 2008

To begin with.

Eu quis vir escrever. Eu quis vir escrever sobre como é fácil e sobre como é difícil.

Acho que o primeiro passo é reconhecer. Pelo menos, pra mim, acho que fez bem. Eu sempre lia os sintomas e me encaixava em todos, mas me recusava a reconhecer. Decidi reconhecer. Eu tenho o transtorno do comer compulsivo, não sei por quê nem até quando. Mas decidi lutar contra. Já decidi isso um milhão de vezes, mas é disso que eu falo: como eu podia lutar contra uma coisa que eu nem reconhecia que estava lá?

Eu tenho esse problema, essa doença, seja o que for. Se eu preciso de ajuda psicológica? Ah, provavelmente. Mas eu não quero. Eu não quero contar as minhas coisas pra ninguém agora. Já tentei uma vez, e a médica não me deu ouvidos. Achou que eu estava deprimida e não deu bola pros meus problemas com comida. Achou que eu tava só descontando minha tristeza. Sei que não devo julgar todos os profissionais por apenas um que não soube me ajudar, mas, como já disse, não quero tentar de novo agora.

Resolvi fazer um lugarzinho pra mim, pra eu dizer essas coisas. Às vezes me faz bem, às vezes não faz. Mas tava querendo escrever sobre isso. Nunca escrevi sobre isso, às vezes escrevia pra mim mesma, mas doía pensar sozinha em tanta coisa ruim.

Pensei que talvez eu pudesse ajudar a mim mesma. Primeiro, assumindo que tenho a doença. Depois, tentando entender de onde ela veio. Eu sei mais ou menos, mas quero pensar um pouco nisso, diferente das outras vezes que já tentei pensar.

Não quero que esse blog seja uma coisa triste. Só quero dizer algumas coisas, quando precisar.
Hoje precisava dizer que assumi que tenho um problema. E que isso está me ajudando a lutar contra ele. Sozinha, é verdade. Mas reconhecendo que fraquejar só vai me fazer mal, embora a fraqueza sempre me prometa que eu vou me fazer bem se desistir.

Acontece que desistir nunca faz bem. *

0 comentários: