quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Feliz Ano Novo!

Não escrevi post depois do Natal, não fix reflexões, nada, nada. Nesses últimos dias andei cedendo àquela vontade, sempre presente e com a qual travo uma batalha diária, de me anular, só dormir, sumir, esquecer de tudo. Tava pensando sobre isso outro dia, sobre esse grande medo que eu sinto de mudanças, do tempo que passa, das coisas que eu deixo de fazer. É medo, um medo fantasiado de preguiça. Que me obriga a me esconder de tudo e de todos. E nas férias, eu já cansei de dizer aqui, isso piora.


A impressão que eu tenho, quando paro para analisar as coisas friamente, é que o que eu queria, realmente, era que tudo parasse um pouco para eu poder descansar. Mas descansar do quê, criatura? Se eu nunca faço nada, se eu fico sempre me escondendo, com a mesma preguiça de pretexto, se eu passo minhas tardes dormindo e me obcecando pelas coisas?

Eu me conheço e eu sei que isso foi se desenvolvendo aos poucos ao longo dos últimos dez anos. (Sim, tem data e motivo.) Vai se fechando um ciclo de dez anos, agora, quando eu fizer aniversário (17 de janeiro). A maioria das coisas que me fez ficar assim já nem existem mais, ou pelo menos não com a mesma intensidade. Mas parece que ainda estou lá, há dez anos atrás, esperando os problemas passarem para poder seguir com a minha vida. Só que o tempo, infelizmente, é implacável, e não pára. Dez anos passaram, um monte de coisas mudaram, e cá estou eu, passivamente esperando que tudo passe e eu possa ficar em paz. Pena que não é assim que funciona.


Ano passado, nas últimas semanas de dezembro, fiz dezenas de planos. Decidi que eu ia vencer esse problema, essa preguiça/medo que me impede de seguir com a minha vida. Prometi pra mim mesma ser corajosa, deixar a minha vida seguir seu rumo sem tentar segurá-la como vinha fazendo. Planejei um montão de coisas que queria fazer em 2008.


Como acontece com a maioria das listas de promessas de ano novo - sejamos sinceros -, não consegui cumprir tudo o que tinha planejado. Mas sei que me esforcei. Me esforcei para ser mais corajosa, pra tentar mudar as coisas que considero erradas na minha vida, e consegui fazer alguns progressos significativos.


Para 2009, só o que quero é continuar tentando - e conseguindo - ser corajosa. Nas férias fica mais difícil - mas para tentar combater o problema, criei o desafio de férias. Mas quero vencer a luta contra mim mesma quando essa preguiça e esse medo (e também a compulsão, sempre ela) tentarem me dominar. 2008 foi bom, um grande começo, mas em termos de resultados práticos só me ajudou a perceber algumas coisas e a me conhecer melhor. Espero, munida disso tudo, vencer de verdade esses problemas nesse novo ano, e manter a coragem e a determinação para vencer os próximos que virão (afinal, é de vida real que estamos falando aqui). E pra vocês desejo a mesma coisa: tudo de bom, felicidade, amor, etc etc mas, acima de tudo, muita coragem. Sem ela, não conseguimos lutar pelo resto. Feliz Ano Novo! *

No próximo post, no ano que vem: logoterapia, música e twilight: minhas distrações solitárias das últimas semanas.

Desespero

Ali ao lado tem um registro das minhas pesagens. Pois então. Desde a última data que ali consta, eu não tinha voltado a me pesar. Só que eu pedi às participantes do desafio que se pesassem e me enviassem o peso até ontem, para eu colocar no post de início do desafio, amanhã. Como também sou uma participante, aproveitei uma passada no supermercado para me pesar.


A balança onde eu sempre me pesava fica numa farmácia lá na PUCRS, onde eu só vou voltar a partir da semana que vem (quando começar a trabalhar naquela bolsa da qual falei no post passado, há teeempos atrás). Nunca tinha me pesado naquela balança do supermercado, que fica na rua ao lado, e pensei, "quem sabe passo a me pesar aqui, de agora em diante?" Pois bem. Apoiei minha bolsa em qualquer lugar e subi. Eu não acreditei no que vi. A balança marcou 86,000kg.


86kg é o meu peso inicial, o peso que está ali na regüinha, um peso que eu acho que não tinha tido esse ano, conforme podem ver ali nas pesagens. Só tem um problema: não pode ser verdade.

Tá certo que faz mais de um mês e meio que não me peso, e que isso aconteceu exatamente porque tenho tido problemas para controlar a alimentação. Só que eu não posso ter engordado quase nove quilos em um mês e meio. Não foi um descontrole tão grande assim.


O pior de tudo é a marca: exatos oitenta e seis quilos, sem uma graminha a mais ou a menos. Parecia brincadeira, pegadinha, uma peça pregada em mim. Por que exatamente esse número, do qual tenho tanto trauma, aquele que eu tinha prometido a mim mesma nunca mais ver no display da balança? Podia ser 85,900, podia ser 86,500, qualquer coisa. Mas 86,000kg simplesmente não parecia real.


É difícil argumentar contra a balança, afinal, eu não tenho como ter certeza de que ela está errada. Eu convivo com meu rosto, meu corpo, tudo em mim todos os dias; eu não consigo notar a diferença tanto assim. Quando emagreço eu noto, mas agora eu afirmo que não notei diferença em mim que me fizesse acreditar que engordei, ou pelo menos, que engordei tanto. As calças 44 que eu tinha voltado a usar continuam servindo, o anel continua caindo do dedo que eu usava antes. Sempre há uma chance de o peso que eu recuperei ter ido parar em outros lugares, mas, se estamos falando de quase nove quilos aqui, e eles estivessem localizados em apenas um ou dois lugares, bem, por favor, eu teria notado.


Conclusão: me recuso a acreditar no que vi ontem. Parecia uma alucinação, parecia um pesadelo. Já sonhei, nesses meses, várias vezes com isso; subir na balança e ela acusar 86kg. Sei que era verdade, eu saí dali direto para os corredores, peguei uma lentilha conforme minha mãe tinha pedido, paguei por ela e nesse momento ela está dentro da panela perfumando a casa toda. Mas me recuso a acreditar no resultado da balança.

Além da suposta desregulagem da balança, diversos outros motivos podem ter interferido para o resultado que eu tive que encarar, e isso me dá alguma esperança de que o resultado real seja diferente. Mas eu sei que só vou acreditar quando quem me disser for a balança que eu me pesava sempre. Mas aí a paranóia toma conta: como é que eu vou saber se a balança de lá não pifou, se não trocaram, se...?


Decidi que, mais do que nunca, preciso comprar uma balança. Qualquer uma. E começar meu controle de peso de novo, segundo ela, e sempre a mesma. Sem roupa, em jejum, de manhã cedo, como dizem que deve ser. Vou ver se providencio isso o mais rápido possível. Enquanto isso, fico num impasse: que peso devo colocar como meu inicial no desafio? 86kg ou o último que tinha pesado? Tenho medo de ir em alguma outra balança e ver o mesmo resultado. Não sei o que devo fazer. Mas vou resolver.

Pelo menos, o que aconteceu ontem serviu para uma coisa: me fez pensar muito, refletir muito. Me fez ver que não é isso que eu quero pra mim - esse eterno engorda-emagrece que só faz acabar com as minhas energias. Isso tudo vai coincidir com o início do desafio, amanhã: eu vou, como se diria em inglês, get a grip. Ou seja, conseguir me controlar. Eu sei que eu posso. Todas as vezes que algo dá errado eu sempre choramingo que "não consegui", "não deu", mas eu sei que isso não é verdade.

Todas as vezes que eu cruzei a linha do descontrole eu passei primeiro por um momento em que tive que conceder, que decidir "tá, eu vou comer isso, vou comer aquilo". Com desculpas das mais diversas: "é domingo", "meu irmão tá aqui", "tá tão bom", etc. Vocês todas conhecem o grande arsenal de desculpites que sacamos da manga quando queremos perder o controle. Isso nunca tinha ficado tão claro pra mim: que todas as vezes que eu me descontrolei, eu quis me descontrolar. Talvez esse querer seja algo doentio, algo insano, deve ser, auto-destrutivo, inconsciente, compulsivo, seja o que for. Em todo o caso, ainda sou eu. Ainda são meus pensamentos, minhas vontades. E, bem, se está dentro de mim, tem que haver um jeito de eu controlar. E é em busca desse jeito que eu parto amanhã, junto com as quase vinte outras meninas que se inscreveram no desafio, cada uma com o seu objetivo. *

sábado, 20 de dezembro de 2008

Três motivos para estar orgulhosa de mim mesma

Hoje venho postar bem orgulhosa, pois ganhei um prêmio da Zenaide. Muuuito obrigada!!




"Com o Prêmio Dardos se reconhecem os valores que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc. que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras. Esses selos foram criados com a intenção de promover a confraternização entre os blogueiros, uma forma de demonstrar carinho e reconhecimento por um trabalho que agregue valor à Web."

Regras:
1) Exibir a imagem do selo;
2) Linkar o blog pelo qual você recebeu a indicação;
3) Escolher 15 outros blogs a quem entregar o Prêmio Dardos;
4) Avisá-los.


Bom, não vou ter 15 blogs pra indicar, porque muita gente que eu queria indicar já ganhou. As que vou indicar também já devem ter ganhado, só não publicaram ainda... Mas vou indicá-las mesmo assim: Nana, Gabi, Denny, Marcela, Daniele (não consigo entrar no teu blog pra te avisar...), Grace, Taiane e "Eu Mesma" (como é o teu nome, mulher?).
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O segundo motivo de estar orgulhosa de mim mesma é que decidi que as minhas duas últimas semanas desse ano serão ótimas, ou seja, não vou aceitar desculpinhas do tipo "é a semana do Natal" ou nada assim e avacalhar a minha alimentação como tenho feito nas últimas semanas. O que acontece é que eu sempre acabo triste, me sentindo um lixo e etc. Hoje minha alimentação foi perfeita e vai continuar assim. Às vezes me bate uma dúvida, será que vou conseguir? Mas eu preciso acreditar mais no meu poder de decisão. Não posso deixar a dúvida me incomodar, me deixar insegura e muito menos servir de motivo pra justamente fazer o que eu não quero - não conseguir.


O terceiro motivo é que eu consegui ser selecionada para uma bolsa (quase dá pra chamar de "estágio") lá na Letras que eu almejava desde o início do curso, mas nunca tinha tido coragem de tentar... Tinham outros empecilhos também. A verdade é que eu me sinto orgulhosa por finalmente ter tido coragem de lutar pelos meus interesses (não é só quanto a emagrecimento que eu sou covarde) e por ter vencido. Uma grande amiga também foi selecionada, e as meninas que nos receberam foram uns amores. Só sei que me senti muito bem, senti que vai ser algo grande na minha vida. Senti que esse ano que vem vai ser muito importante. *

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Mas, bem, e o resto?

Nessas de ir e voltar, escrever com pressa e várias ausências, faltou falar um pouco sobre como estou de uma forma geral. Bom, em primeiro lugar, o que mais me atormentava: a faculdade. Consegui, sim, fazer tudo o que tinha que fazer e passei muito bem em todas as disciplinas que fiz. Minha nota mais baixa foi 9,5.

E daí começaram as férias. O que fiz primeiro foi dormir, dormir muito, a noite toda, várias manhãs, algumas tardes. Pus em dia todo o meu sono, que tinha sido prejudicado com as correrias de final de semestre. Nos intervalos, assisti à monografia de uma amiga que está se formando em Jornalismo e participei de um amigo secreto divertidíssimo com as minhas colegas. Imaginem onze mulheres aos gritos e risadas...

Tive, como já sabem, alguns problemas em controlar a alimentação. Meu primeiro reflexo na recepção das férias, por assim dizer, foi querer "férias de tudo". Relaxei total em tudo. Mas, como vocês também já sabem, eu não consigo me sentir bem quando não controlo minha alimentação, e isso fez eu me sentir mal. O que também contribuiu para as várias horas de sono, já que a vontade era apagar geral, sumir. Ou seja, comecei a entrar naquele estado que eu descrevi, aquele que desejo combater com...

Entrem já! Espero todas lá!

Na falta de ânimo e sentido, me pus a ler, com muita calma e sem pressa, um livro indicado pelo professor de Filosofia, naquela aula da qual falei aqui. A disciplina era Ética e Cidadania, mas a aula era de Filosofia e o teórico usado para a aula em questão, sobre o sentido da vida, foi um psicólogo. Esse psicólogo, chamado Viktor Frankl, foi prisioneiro em campos de concentração durante a segunda guerra e escreveu esse livro, chamado Em busca de sentido - Um psicólogo no campo de concentração. Além de contar suas experiências, o autor faz uma análise psicológica do comportamento dos prisioneiros e das seqüelas que eles sofreram com a experiência no campo. Ele ainda fala dos princípios básicos da sua linha teórica, a logoterapia, mas eu ainda não cheguei nessa parte...

Hoje estou melhor, controlando aos poucos a alimentação. Comprei maçã e pêssego, frutas que eu adoro, pra adicionar um lanche nas tardes (que, nas férias, podem ser bastante tediosas às vezes, e levar a impulsos desastrosos...) Agora há pouco montei a árvore de Natal com meus irmãos pequenos, ficou linda, mas as luzinhas estragaram... Vou ter que comprar outras, mas acho que vou amanhã. Agora tá me dando preguiça, uma vontade de deitar com meu livrinho e relaxar... Até mais. *

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Desafio no ar!



Eu não gosto de vir escrever aqui quando minha alimentação está ruim, descontrolada. É vergonha, eu acho. Mas também me sinto mal em ficar me escondendo. Porque, na verdade, é de mim que eu me escondo quando não venho aqui escrever.

Desde umas duas semanas antes do fim do semestre e agora, nessa primeira semana de férias, minha alimentação está terrível, totalmente sem estribeiras. Tem várias justificativas e não tem nenhuma. O pior é que eu passo os dias pensando em como eu gostaria de estar comendo direito, emagrecendo, de já ter começado a caminhar. E aí quando tento controlar vem aquele pensamento de que eu já perdi quase a semana inteira mesmo, então por que controlar hoje?

Já escrevi aqui mil vezes sobre essa contradição que eu vivo, essa briga de vozes contrárias dentro da minha cabeça, me enlouquecendo. Se vocês clicarem ali na tag "compulsão", lerão diversas ladainhas sobre isso. Mas hoje não estou a fim de escrever mais uma delas. Ladainhas são perda de tempo. Se há alguma coisa que valha a pena fazer é agir. Sem ladainhas.

É por isso que, sem dizer muito mais, informo que agora estou de volta pra valer, com direito a desafio no ar. Lembram, que eu tinha dito que estava pensando em fazer um desafio? Que fiquei prometendo? Agora já tá lá, e convido todo mundo a participar: http://desafio-ferias.blogspot.com/

Como eu já tinha dito, é um desafio simples, que quase todo mundo pode seguir. Estou esperando as inscrições de todas vocês! E podem esperar minha visita também, porque agora estou de volta mesmo. *