quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Desespero

Ali ao lado tem um registro das minhas pesagens. Pois então. Desde a última data que ali consta, eu não tinha voltado a me pesar. Só que eu pedi às participantes do desafio que se pesassem e me enviassem o peso até ontem, para eu colocar no post de início do desafio, amanhã. Como também sou uma participante, aproveitei uma passada no supermercado para me pesar.


A balança onde eu sempre me pesava fica numa farmácia lá na PUCRS, onde eu só vou voltar a partir da semana que vem (quando começar a trabalhar naquela bolsa da qual falei no post passado, há teeempos atrás). Nunca tinha me pesado naquela balança do supermercado, que fica na rua ao lado, e pensei, "quem sabe passo a me pesar aqui, de agora em diante?" Pois bem. Apoiei minha bolsa em qualquer lugar e subi. Eu não acreditei no que vi. A balança marcou 86,000kg.


86kg é o meu peso inicial, o peso que está ali na regüinha, um peso que eu acho que não tinha tido esse ano, conforme podem ver ali nas pesagens. Só tem um problema: não pode ser verdade.

Tá certo que faz mais de um mês e meio que não me peso, e que isso aconteceu exatamente porque tenho tido problemas para controlar a alimentação. Só que eu não posso ter engordado quase nove quilos em um mês e meio. Não foi um descontrole tão grande assim.


O pior de tudo é a marca: exatos oitenta e seis quilos, sem uma graminha a mais ou a menos. Parecia brincadeira, pegadinha, uma peça pregada em mim. Por que exatamente esse número, do qual tenho tanto trauma, aquele que eu tinha prometido a mim mesma nunca mais ver no display da balança? Podia ser 85,900, podia ser 86,500, qualquer coisa. Mas 86,000kg simplesmente não parecia real.


É difícil argumentar contra a balança, afinal, eu não tenho como ter certeza de que ela está errada. Eu convivo com meu rosto, meu corpo, tudo em mim todos os dias; eu não consigo notar a diferença tanto assim. Quando emagreço eu noto, mas agora eu afirmo que não notei diferença em mim que me fizesse acreditar que engordei, ou pelo menos, que engordei tanto. As calças 44 que eu tinha voltado a usar continuam servindo, o anel continua caindo do dedo que eu usava antes. Sempre há uma chance de o peso que eu recuperei ter ido parar em outros lugares, mas, se estamos falando de quase nove quilos aqui, e eles estivessem localizados em apenas um ou dois lugares, bem, por favor, eu teria notado.


Conclusão: me recuso a acreditar no que vi ontem. Parecia uma alucinação, parecia um pesadelo. Já sonhei, nesses meses, várias vezes com isso; subir na balança e ela acusar 86kg. Sei que era verdade, eu saí dali direto para os corredores, peguei uma lentilha conforme minha mãe tinha pedido, paguei por ela e nesse momento ela está dentro da panela perfumando a casa toda. Mas me recuso a acreditar no resultado da balança.

Além da suposta desregulagem da balança, diversos outros motivos podem ter interferido para o resultado que eu tive que encarar, e isso me dá alguma esperança de que o resultado real seja diferente. Mas eu sei que só vou acreditar quando quem me disser for a balança que eu me pesava sempre. Mas aí a paranóia toma conta: como é que eu vou saber se a balança de lá não pifou, se não trocaram, se...?


Decidi que, mais do que nunca, preciso comprar uma balança. Qualquer uma. E começar meu controle de peso de novo, segundo ela, e sempre a mesma. Sem roupa, em jejum, de manhã cedo, como dizem que deve ser. Vou ver se providencio isso o mais rápido possível. Enquanto isso, fico num impasse: que peso devo colocar como meu inicial no desafio? 86kg ou o último que tinha pesado? Tenho medo de ir em alguma outra balança e ver o mesmo resultado. Não sei o que devo fazer. Mas vou resolver.

Pelo menos, o que aconteceu ontem serviu para uma coisa: me fez pensar muito, refletir muito. Me fez ver que não é isso que eu quero pra mim - esse eterno engorda-emagrece que só faz acabar com as minhas energias. Isso tudo vai coincidir com o início do desafio, amanhã: eu vou, como se diria em inglês, get a grip. Ou seja, conseguir me controlar. Eu sei que eu posso. Todas as vezes que algo dá errado eu sempre choramingo que "não consegui", "não deu", mas eu sei que isso não é verdade.

Todas as vezes que eu cruzei a linha do descontrole eu passei primeiro por um momento em que tive que conceder, que decidir "tá, eu vou comer isso, vou comer aquilo". Com desculpas das mais diversas: "é domingo", "meu irmão tá aqui", "tá tão bom", etc. Vocês todas conhecem o grande arsenal de desculpites que sacamos da manga quando queremos perder o controle. Isso nunca tinha ficado tão claro pra mim: que todas as vezes que eu me descontrolei, eu quis me descontrolar. Talvez esse querer seja algo doentio, algo insano, deve ser, auto-destrutivo, inconsciente, compulsivo, seja o que for. Em todo o caso, ainda sou eu. Ainda são meus pensamentos, minhas vontades. E, bem, se está dentro de mim, tem que haver um jeito de eu controlar. E é em busca desse jeito que eu parto amanhã, junto com as quase vinte outras meninas que se inscreveram no desafio, cada uma com o seu objetivo. *

2 comentários:

Anônimo disse...

Sarah, tive uma idéia!
Anota esse, dai segunda a gente vai la na farmácia da PUC e pesa lá, dai tu pesa no Záfari de novo e faz regra de 3 pra ver o quanto mudou. ah ah, genial, né? =D

Claro que tu não engordou 9 quilos em um mês. Cada quilo é 4mil kcal a mais do que o necessário... tu teria que comer... uhm... 4mil x 9kcal a mais. não dá, não dá.

não te estressa que é tudo culpa do esquilo vermelho.

Anônimo disse...

Linda, parabéns pela determinação de voltar ao peso ideal!Estive com problema parecido com o seu, porém com agravante do efeito iôiô. Encontrei o site www.alovida.com.br que deu todo apoio e orientação para atingir minha meta de -16kg e manter o peso com a nutrição e suplemento alimentar da Herbalife.Boa sorte, tenho certeza que vai conseguir!
Bjs Cida.