quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Feliz Ano Novo!

Não escrevi post depois do Natal, não fix reflexões, nada, nada. Nesses últimos dias andei cedendo àquela vontade, sempre presente e com a qual travo uma batalha diária, de me anular, só dormir, sumir, esquecer de tudo. Tava pensando sobre isso outro dia, sobre esse grande medo que eu sinto de mudanças, do tempo que passa, das coisas que eu deixo de fazer. É medo, um medo fantasiado de preguiça. Que me obriga a me esconder de tudo e de todos. E nas férias, eu já cansei de dizer aqui, isso piora.


A impressão que eu tenho, quando paro para analisar as coisas friamente, é que o que eu queria, realmente, era que tudo parasse um pouco para eu poder descansar. Mas descansar do quê, criatura? Se eu nunca faço nada, se eu fico sempre me escondendo, com a mesma preguiça de pretexto, se eu passo minhas tardes dormindo e me obcecando pelas coisas?

Eu me conheço e eu sei que isso foi se desenvolvendo aos poucos ao longo dos últimos dez anos. (Sim, tem data e motivo.) Vai se fechando um ciclo de dez anos, agora, quando eu fizer aniversário (17 de janeiro). A maioria das coisas que me fez ficar assim já nem existem mais, ou pelo menos não com a mesma intensidade. Mas parece que ainda estou lá, há dez anos atrás, esperando os problemas passarem para poder seguir com a minha vida. Só que o tempo, infelizmente, é implacável, e não pára. Dez anos passaram, um monte de coisas mudaram, e cá estou eu, passivamente esperando que tudo passe e eu possa ficar em paz. Pena que não é assim que funciona.


Ano passado, nas últimas semanas de dezembro, fiz dezenas de planos. Decidi que eu ia vencer esse problema, essa preguiça/medo que me impede de seguir com a minha vida. Prometi pra mim mesma ser corajosa, deixar a minha vida seguir seu rumo sem tentar segurá-la como vinha fazendo. Planejei um montão de coisas que queria fazer em 2008.


Como acontece com a maioria das listas de promessas de ano novo - sejamos sinceros -, não consegui cumprir tudo o que tinha planejado. Mas sei que me esforcei. Me esforcei para ser mais corajosa, pra tentar mudar as coisas que considero erradas na minha vida, e consegui fazer alguns progressos significativos.


Para 2009, só o que quero é continuar tentando - e conseguindo - ser corajosa. Nas férias fica mais difícil - mas para tentar combater o problema, criei o desafio de férias. Mas quero vencer a luta contra mim mesma quando essa preguiça e esse medo (e também a compulsão, sempre ela) tentarem me dominar. 2008 foi bom, um grande começo, mas em termos de resultados práticos só me ajudou a perceber algumas coisas e a me conhecer melhor. Espero, munida disso tudo, vencer de verdade esses problemas nesse novo ano, e manter a coragem e a determinação para vencer os próximos que virão (afinal, é de vida real que estamos falando aqui). E pra vocês desejo a mesma coisa: tudo de bom, felicidade, amor, etc etc mas, acima de tudo, muita coragem. Sem ela, não conseguimos lutar pelo resto. Feliz Ano Novo! *

No próximo post, no ano que vem: logoterapia, música e twilight: minhas distrações solitárias das últimas semanas.

Desespero

Ali ao lado tem um registro das minhas pesagens. Pois então. Desde a última data que ali consta, eu não tinha voltado a me pesar. Só que eu pedi às participantes do desafio que se pesassem e me enviassem o peso até ontem, para eu colocar no post de início do desafio, amanhã. Como também sou uma participante, aproveitei uma passada no supermercado para me pesar.


A balança onde eu sempre me pesava fica numa farmácia lá na PUCRS, onde eu só vou voltar a partir da semana que vem (quando começar a trabalhar naquela bolsa da qual falei no post passado, há teeempos atrás). Nunca tinha me pesado naquela balança do supermercado, que fica na rua ao lado, e pensei, "quem sabe passo a me pesar aqui, de agora em diante?" Pois bem. Apoiei minha bolsa em qualquer lugar e subi. Eu não acreditei no que vi. A balança marcou 86,000kg.


86kg é o meu peso inicial, o peso que está ali na regüinha, um peso que eu acho que não tinha tido esse ano, conforme podem ver ali nas pesagens. Só tem um problema: não pode ser verdade.

Tá certo que faz mais de um mês e meio que não me peso, e que isso aconteceu exatamente porque tenho tido problemas para controlar a alimentação. Só que eu não posso ter engordado quase nove quilos em um mês e meio. Não foi um descontrole tão grande assim.


O pior de tudo é a marca: exatos oitenta e seis quilos, sem uma graminha a mais ou a menos. Parecia brincadeira, pegadinha, uma peça pregada em mim. Por que exatamente esse número, do qual tenho tanto trauma, aquele que eu tinha prometido a mim mesma nunca mais ver no display da balança? Podia ser 85,900, podia ser 86,500, qualquer coisa. Mas 86,000kg simplesmente não parecia real.


É difícil argumentar contra a balança, afinal, eu não tenho como ter certeza de que ela está errada. Eu convivo com meu rosto, meu corpo, tudo em mim todos os dias; eu não consigo notar a diferença tanto assim. Quando emagreço eu noto, mas agora eu afirmo que não notei diferença em mim que me fizesse acreditar que engordei, ou pelo menos, que engordei tanto. As calças 44 que eu tinha voltado a usar continuam servindo, o anel continua caindo do dedo que eu usava antes. Sempre há uma chance de o peso que eu recuperei ter ido parar em outros lugares, mas, se estamos falando de quase nove quilos aqui, e eles estivessem localizados em apenas um ou dois lugares, bem, por favor, eu teria notado.


Conclusão: me recuso a acreditar no que vi ontem. Parecia uma alucinação, parecia um pesadelo. Já sonhei, nesses meses, várias vezes com isso; subir na balança e ela acusar 86kg. Sei que era verdade, eu saí dali direto para os corredores, peguei uma lentilha conforme minha mãe tinha pedido, paguei por ela e nesse momento ela está dentro da panela perfumando a casa toda. Mas me recuso a acreditar no resultado da balança.

Além da suposta desregulagem da balança, diversos outros motivos podem ter interferido para o resultado que eu tive que encarar, e isso me dá alguma esperança de que o resultado real seja diferente. Mas eu sei que só vou acreditar quando quem me disser for a balança que eu me pesava sempre. Mas aí a paranóia toma conta: como é que eu vou saber se a balança de lá não pifou, se não trocaram, se...?


Decidi que, mais do que nunca, preciso comprar uma balança. Qualquer uma. E começar meu controle de peso de novo, segundo ela, e sempre a mesma. Sem roupa, em jejum, de manhã cedo, como dizem que deve ser. Vou ver se providencio isso o mais rápido possível. Enquanto isso, fico num impasse: que peso devo colocar como meu inicial no desafio? 86kg ou o último que tinha pesado? Tenho medo de ir em alguma outra balança e ver o mesmo resultado. Não sei o que devo fazer. Mas vou resolver.

Pelo menos, o que aconteceu ontem serviu para uma coisa: me fez pensar muito, refletir muito. Me fez ver que não é isso que eu quero pra mim - esse eterno engorda-emagrece que só faz acabar com as minhas energias. Isso tudo vai coincidir com o início do desafio, amanhã: eu vou, como se diria em inglês, get a grip. Ou seja, conseguir me controlar. Eu sei que eu posso. Todas as vezes que algo dá errado eu sempre choramingo que "não consegui", "não deu", mas eu sei que isso não é verdade.

Todas as vezes que eu cruzei a linha do descontrole eu passei primeiro por um momento em que tive que conceder, que decidir "tá, eu vou comer isso, vou comer aquilo". Com desculpas das mais diversas: "é domingo", "meu irmão tá aqui", "tá tão bom", etc. Vocês todas conhecem o grande arsenal de desculpites que sacamos da manga quando queremos perder o controle. Isso nunca tinha ficado tão claro pra mim: que todas as vezes que eu me descontrolei, eu quis me descontrolar. Talvez esse querer seja algo doentio, algo insano, deve ser, auto-destrutivo, inconsciente, compulsivo, seja o que for. Em todo o caso, ainda sou eu. Ainda são meus pensamentos, minhas vontades. E, bem, se está dentro de mim, tem que haver um jeito de eu controlar. E é em busca desse jeito que eu parto amanhã, junto com as quase vinte outras meninas que se inscreveram no desafio, cada uma com o seu objetivo. *

sábado, 20 de dezembro de 2008

Três motivos para estar orgulhosa de mim mesma

Hoje venho postar bem orgulhosa, pois ganhei um prêmio da Zenaide. Muuuito obrigada!!




"Com o Prêmio Dardos se reconhecem os valores que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc. que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras. Esses selos foram criados com a intenção de promover a confraternização entre os blogueiros, uma forma de demonstrar carinho e reconhecimento por um trabalho que agregue valor à Web."

Regras:
1) Exibir a imagem do selo;
2) Linkar o blog pelo qual você recebeu a indicação;
3) Escolher 15 outros blogs a quem entregar o Prêmio Dardos;
4) Avisá-los.


Bom, não vou ter 15 blogs pra indicar, porque muita gente que eu queria indicar já ganhou. As que vou indicar também já devem ter ganhado, só não publicaram ainda... Mas vou indicá-las mesmo assim: Nana, Gabi, Denny, Marcela, Daniele (não consigo entrar no teu blog pra te avisar...), Grace, Taiane e "Eu Mesma" (como é o teu nome, mulher?).
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O segundo motivo de estar orgulhosa de mim mesma é que decidi que as minhas duas últimas semanas desse ano serão ótimas, ou seja, não vou aceitar desculpinhas do tipo "é a semana do Natal" ou nada assim e avacalhar a minha alimentação como tenho feito nas últimas semanas. O que acontece é que eu sempre acabo triste, me sentindo um lixo e etc. Hoje minha alimentação foi perfeita e vai continuar assim. Às vezes me bate uma dúvida, será que vou conseguir? Mas eu preciso acreditar mais no meu poder de decisão. Não posso deixar a dúvida me incomodar, me deixar insegura e muito menos servir de motivo pra justamente fazer o que eu não quero - não conseguir.


O terceiro motivo é que eu consegui ser selecionada para uma bolsa (quase dá pra chamar de "estágio") lá na Letras que eu almejava desde o início do curso, mas nunca tinha tido coragem de tentar... Tinham outros empecilhos também. A verdade é que eu me sinto orgulhosa por finalmente ter tido coragem de lutar pelos meus interesses (não é só quanto a emagrecimento que eu sou covarde) e por ter vencido. Uma grande amiga também foi selecionada, e as meninas que nos receberam foram uns amores. Só sei que me senti muito bem, senti que vai ser algo grande na minha vida. Senti que esse ano que vem vai ser muito importante. *

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Mas, bem, e o resto?

Nessas de ir e voltar, escrever com pressa e várias ausências, faltou falar um pouco sobre como estou de uma forma geral. Bom, em primeiro lugar, o que mais me atormentava: a faculdade. Consegui, sim, fazer tudo o que tinha que fazer e passei muito bem em todas as disciplinas que fiz. Minha nota mais baixa foi 9,5.

E daí começaram as férias. O que fiz primeiro foi dormir, dormir muito, a noite toda, várias manhãs, algumas tardes. Pus em dia todo o meu sono, que tinha sido prejudicado com as correrias de final de semestre. Nos intervalos, assisti à monografia de uma amiga que está se formando em Jornalismo e participei de um amigo secreto divertidíssimo com as minhas colegas. Imaginem onze mulheres aos gritos e risadas...

Tive, como já sabem, alguns problemas em controlar a alimentação. Meu primeiro reflexo na recepção das férias, por assim dizer, foi querer "férias de tudo". Relaxei total em tudo. Mas, como vocês também já sabem, eu não consigo me sentir bem quando não controlo minha alimentação, e isso fez eu me sentir mal. O que também contribuiu para as várias horas de sono, já que a vontade era apagar geral, sumir. Ou seja, comecei a entrar naquele estado que eu descrevi, aquele que desejo combater com...

Entrem já! Espero todas lá!

Na falta de ânimo e sentido, me pus a ler, com muita calma e sem pressa, um livro indicado pelo professor de Filosofia, naquela aula da qual falei aqui. A disciplina era Ética e Cidadania, mas a aula era de Filosofia e o teórico usado para a aula em questão, sobre o sentido da vida, foi um psicólogo. Esse psicólogo, chamado Viktor Frankl, foi prisioneiro em campos de concentração durante a segunda guerra e escreveu esse livro, chamado Em busca de sentido - Um psicólogo no campo de concentração. Além de contar suas experiências, o autor faz uma análise psicológica do comportamento dos prisioneiros e das seqüelas que eles sofreram com a experiência no campo. Ele ainda fala dos princípios básicos da sua linha teórica, a logoterapia, mas eu ainda não cheguei nessa parte...

Hoje estou melhor, controlando aos poucos a alimentação. Comprei maçã e pêssego, frutas que eu adoro, pra adicionar um lanche nas tardes (que, nas férias, podem ser bastante tediosas às vezes, e levar a impulsos desastrosos...) Agora há pouco montei a árvore de Natal com meus irmãos pequenos, ficou linda, mas as luzinhas estragaram... Vou ter que comprar outras, mas acho que vou amanhã. Agora tá me dando preguiça, uma vontade de deitar com meu livrinho e relaxar... Até mais. *

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Desafio no ar!



Eu não gosto de vir escrever aqui quando minha alimentação está ruim, descontrolada. É vergonha, eu acho. Mas também me sinto mal em ficar me escondendo. Porque, na verdade, é de mim que eu me escondo quando não venho aqui escrever.

Desde umas duas semanas antes do fim do semestre e agora, nessa primeira semana de férias, minha alimentação está terrível, totalmente sem estribeiras. Tem várias justificativas e não tem nenhuma. O pior é que eu passo os dias pensando em como eu gostaria de estar comendo direito, emagrecendo, de já ter começado a caminhar. E aí quando tento controlar vem aquele pensamento de que eu já perdi quase a semana inteira mesmo, então por que controlar hoje?

Já escrevi aqui mil vezes sobre essa contradição que eu vivo, essa briga de vozes contrárias dentro da minha cabeça, me enlouquecendo. Se vocês clicarem ali na tag "compulsão", lerão diversas ladainhas sobre isso. Mas hoje não estou a fim de escrever mais uma delas. Ladainhas são perda de tempo. Se há alguma coisa que valha a pena fazer é agir. Sem ladainhas.

É por isso que, sem dizer muito mais, informo que agora estou de volta pra valer, com direito a desafio no ar. Lembram, que eu tinha dito que estava pensando em fazer um desafio? Que fiquei prometendo? Agora já tá lá, e convido todo mundo a participar: http://desafio-ferias.blogspot.com/

Como eu já tinha dito, é um desafio simples, que quase todo mundo pode seguir. Estou esperando as inscrições de todas vocês! E podem esperar minha visita também, porque agora estou de volta mesmo. *

sábado, 29 de novembro de 2008

De volta!

Depois de dias infernais, em cima do computador (e eu e ele em cima da cama, do sofá, no chão, dormindo um em cima do outro...), depois de noites em claro intercaladas com noites mal dormidas, depois de muito desespero e trabalho duro, estou quaaaaaase de férias. Falta agora só terminar de apresentar a peça na aula de Inglês, segunda-feira.

Me sinto tão bem! Sinto que finalmente vou me organizar. No fim do semestre, a pessoa não tem tempo pra absolutamente nada que esteja desligado da faculdade. Ou seja: minha vida, meu quarto, meu computador, minhas coisas em geral: está tudo uma bagunça sem fim, infernal! Meu cabelo tá um caco, implorando por um corte! Minhas unhas um lixo, quebrando por nada! O stress fez atacarem todas as minhas alergias!

Mas chega de reclamar! Esse vai ser um fim de semana mil vezes mais tranqüilo e vou ter tempo, finalmente, de fazer alguma coisa por mim - inclusive não fazer nada! Vou poder também voltar a escrever no blog, fazer layout novo, finalmente fazer o desafio, e tudo o mais. Agorinha ainda visitei uns blogs. Não sei se senti mais falta de escrever ou de ler! Mas o que importa é que estou de volta! Me aguardem! *

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Os Fatos

Me arrependi incrivelmente de ter vindo aqui dizer que colocaria o desafio no ar no sábado. Como eu pude pensar que seria possível? Vejam bem minha programação para essa semana e me digam se é possível que eu consiga fazer qualquer outra coisa além de trabalhar arduamente nos meus deveres acadêmicos:

Segunda-feira:
- Prova de Sintaxe (Língua Portuguesa); (Já foi!)
- contar a históia da peça The Matchmaker, de Thornton Wilder, na aula de Inglês Avançado I. (Não foi ainda... a aula acabou bem no meio da minha apresentação e vou ter que continuar na próxima segunda!)
Terça-feira:
- Entregar e apresentar um ensaio sobre a Capitu, mostrando a personagem na criação original de Machado de Assis (Dom Casmurro) e na recriação de Fernando Sabino (Amor de Capitu).
Quarta-feira:
- Prova de Inglês Avançado I.
Quinta-feira:
- Entregar e apresentar o Projeto de Ensino em Língua Inglesa.
- Apresentar um pôster sobre aquele trabalho que eu fiquei tão aliviada de apresentar na semana passada na cadeira que eu tenho à noite.
Sexta-feira:
- Entregar uma versão escrita e fazer uma apresentação oral sobre Bioética na cadeira de Ética e Cidadania.

Estou completamente fora da blogosfera e fora do mundo todo essa semana. Minha mãe brigou comigo porque eu não sabia que dois bancos tinham se fundido, que eu não posso ficar alienada assim, mas não é uma questão de escolha, infelizmente.

Ou seja... Não confiem nas minhas promessas quando forem feitas em períodos letivos e, principalmente, em finais de períodos letivos. Ou melhor ainda: não vou prometer mais nada. Quando eu puder, colocarei o desafio no ar, trocarei o layout desse blog, voltarei a postar com uma freqüência mais aceitável e visitarei todo mundo. Quando eu puder... Prometo. *

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Na Corrida

Cheia de trabalhos, provas, preocupações, stresses e incomodações de todo tipo. Todo tipo.
Trabalhando (quando dá!) no blog do desafio (posts mais pra baixo). Espero estar com tudo pronto no sábado!
Encaminhando a realização de várias coisas da lista do post debaixo.
Apesar do cansaço, do desânimo e da preguiça usuais de fim de semestre, estou pensando muito positivo e fazendo planos para o futuro (e um ótimo futuro).
Que mais? Bom, vou visitar vocês e tentar deixar comentários pra todas. Rezem para que eu não durma em cima do computador!

Vi uma balança no supermercado por R$29,90. É analógica e diz que pode ter uma imprecisão aproximada de um quilo. Se eu for me pesar sempre nela tudo bem né, porque o que conta vai ser ver a diferença... não? Procurei ela na internet, mas o super não tem site com produtos e (até por não lembrar a marca) não pude achá-la em outros sites. Mas é bem parecida com essa:



Será que vale a pena comprar? *

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Coisas a fazer

Coisas que quero fazer até o final do ano:
- Emagrecer mais, se possível virar o ano com 75kg ou menos!
- Auto-escola. Quero saber dirigir e ter carteira mesmo sem ter carro por enquanto.
- Entregar meu relatório de conclusão do curso técnico de Sistemas de Informação (um dia conto a história disso...) e finalmente me formar nesse troço!
- Pegar minha bicicleta, que está guardada na garagem da minha tia. Já decidi que quando entrar em férias vou começar a me exercitar, e bicicleta é meu exercício favorito. Não que eu pratique muitos tipos, só fui em academia uma vez, há bastante tempo, e não gostava muito; natação e hidroginástica eu acho que ia gostar, mas não sei se ia ter grana suficiente por agora. As opções mais convenientes no momento são caminhada e bicicleta, tenho um parque a três quadras de casa. Ainda não peguei a bicicleta porque parece que tem um problema na porta da garagem, que se abrir não fecha, minha tia ficou de avisar quando der pra buscar a bike...

Coisas pra fazer nas férias:
- Quero cuidar mais da minha alimentação. Por enquanto só estou diminuindo as quantidades, mas nas férias, com mais tempo, quero planejar melhor o que vou comer. Quero inserir dois lanches no dia, pois por enquanto estou fazendo só três refeições. Vou passar a tomar um yakult como lanche da manhã, provavelmente, ou algo que ajude o intestino a funcionar melhor, porque ele não anda muito bem. À tarde quero colocar uma porção de fruta, não tenho comido nenhuminha, quando muito uma banana. Quero também comprar outras verduras, fazer saladas diferentes. Com tempo, vou pesquisar tudo isso pra adaptar no meu cardápio.
- Como já disse, quero começar a me exercitar.
- Vou me obrigar a sair mais de casa do que costumo quando estou em férias.
- Vou ver mais filmes, ver se leio livros interessantes (sempre me dá preguiça nas férias, porque já leio muitos durante o semestre), se baixo músicas diferentes.
- Vou marcar e ir a todos os médicos a que estou precisando ir: oftalmologista, dermatologista, dentista... Quem sabe uma psicóloga? Pra ver sobre a compulsão? Será que eu consigo?

Coisas que quero comprar:
- Uma balança. Quero ter a minha própria balança pra nunca mais descuidar do peso. Pra poder me pesar sem roupa, de manhã cedo, em jejum, e nunca mais ter dúvidas sobre quanto a roupa que estou usando pesa, se devo descontar, se não devo (ver enquete da Verônica).
- Canetas. Umas canetas hidrográficas, de ponta fina, que eu sempre sonhei em ter quando não podia comprar e nunca comprei depois que passei a poder. É uma mania que eu tenho por canetas, desde a infância e a adolescência. Quero comprar também outras coisas de material escolar. Um dia vou numa livraria sem limite de grana pra gastar, comprar coisas pro próximo semestre mas também pra mim. Não sei quando, mas um dia.
- Roupas. Saí esses dias, comprei cinco blusas. Nem experimentei calças, mas graças a Deus sei que já posso experimentar as 44, estava usando 46 (e tem uma calça desse número que ainda uso). O problema pra mim são as blusas mesmo, porque os lugares onde retenho mais gordura são os seios, a barriga e os braços. Os seios, principalmente. Comprei cinco blusas, sendo que duas eram iguais, só mudando a cor (quando acho uma que fique decente, compro duas, acaba tendo que ser assim!) e outras duas também são muito parecidas entre si, e da mesma cor. A quinta ficou feia nos braços... Fazer o quê? Logo espero ter mais facilidade pra encontrar blusas...

Poderia ficar nessas listas pra sempre, mas agora não vai dar; por enquanto meu tempo ainda está curtíssimo e só posso, no máximo, listar tudo o que gostaria de fazer! *

sábado, 15 de novembro de 2008

Dia um, semana sete

É uma vergonha ter passado todos esses dias afastada do blog. Uma vergonha! Acontece que essa semana foi a mais infernal do semestre até agora, tempo livre simplesmente não existiu. Mas assim, em fatos rápidos:

- Minha alimentação essa semana não foi nada boa. Depois de ter me controlado, como falei no último post, o stress se tornou uma desculpa fácil para me descontrolar em outros dias. Mas não quero falar disso: página virada. Hoje é dia um de novo e essa semana vai ser ótima. Prometo. (Pra mim, mas vocês podem me cobrar também!)
- Estou doida pra fazer um novo layout pro blog e já estou trabalhando num layout pro blog que vou fazer para o desafio. Porque agora que as pessoas se interessaram eu me empolguei; logo vou abrir o blog e as inscrições.
- Consegui finalmente fazer e já apresentei o trabalho para a cadeira de quinta de noite. Ou seja: posso voltar a viver. (Embora as próximas encrencas já estejam dobrando a esquina...)
- A Márcia perguntou se eu estudo na USP; não. Estudo na PUCRS. Como diria (ou melhor, escreveria) uma colega minha, sou gauxa.
- Ontem foi aniversário do meu irmão, ele fez cinco anos. Eu e a minha mãe passamos a manhã inteira na escolinha dele, porque teve festinha. Enchi tanto balão que me senti sem fôlego o resto do dia... (Exagerada.)

Talvez vocês não saibam quem é John Frusciante, mas o fato de ele existir me faz uma pessoa mais feliz. Em janeiro, dia 20 (três dias depois do meu aniversário), ele vai lançar seu disco novo. E agora ele tem um blog. O primeiro post é a coisa mais maluca que alguém já escreveu em um blog (bem a cara dele).

Por enquanto me vou, tenho muitas visitas a fazer. (Não vou nem dizer que também tenho muitos afazeres acadêmicos, porque, nessa época, isso é fato subentendido.)

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Inferno semestral

O último mês do semestre em uma universidade é um espetáculo caótico.
A biblioteca enche, e não funciona direito. Os livros somem. São emprestados, quando devolvidos não voltam aos lugares. Os bares esvaziam, ninguém mais tem tempo de jogar conversa fora. Os professores correm em seus cronogramas. Os alunos infreqüentes aparecem como se fosse semestre novo. Os dedicados ficam à beira de ataques de nervos. É comum ver pessoas chorando nos banheiros, gritando pelos corredores, rindo de nervoso, comprando remédios para dor de cabeça na farmácia.
Resumindo, ficam todos endiabrados.

Até o Beck.

Eu, por exemplo.
Ainda se eu conseguisse ficar vinte e quatro horas por dia trabalhando nas coisas que preciso fazer... Mas não. Eu travo. E aí é que mora o perigo. Os prazos ficam me atormentando, me esmagando como aquelas paredes de desenho animado, que vão fechando em volta do protagonista. Felizmente, como nos desenhos, eu geralmente consigo resolver tudo.
Geralmente.

Sobre o shopping, eu fui. Comi bonitinha, comi massa, mas comi pouquinho. Com coca light, me sentindo a coisa mais bonitinha e comportada do mundo. Mas aí as pessoas comendo, comendo, comendo doce... Acabei comendo um sundae de banana caramelada. Eu amo banana, é algo muito sério. Muuuito sério. Se eu tivesse ficado nisso, tudo bem. O problema é que eu tenho um problema. Que me impede de fazer pequenas concessões, de racionalizar. Um problema que diz: enfiou o dedinho na jaca? Não tem perdão. Agora tem que enfiar o pé inteiro.

Daí pra fazer a jaca de sapato a semana inteira é um passo - mas não. Eu decidi que hoje ia me controlar, e seguir firme até o fim da semana. Afinal, se eu perdi o domingo, é só um dia perdido. Não tem por que perder a semana inteira. Foi difícil. À tarde, na faculdade, presenciando todo aquele show de horror de fim de semestre, pensamentos engordativos boiavam na minha cabeça se fazendo de bóias pro meu afogamento acadêmico. Mas consegui me controlar. Consegui.

Leiam o post do desafio, logo abaixo! Estou cada vez mais animada a criá-lo, e espero por mais pessoas interessadas e por sugestões! *

domingo, 9 de novembro de 2008

Desafio: Férias Sob Controle

Ando vendo vários desafios em blogs por aí e acho a idéia ótima, acho que é uma motivação a mais e uma maneira de não se sentir sozinha na luta. O único motivo pelo qual ainda não entrei em nenhum foram as regras, sempre tem alguma que eu não tenho como cumprir (como a atividade física, que por enquanto não tá dando tempo).

Estou pensando então em criar um desafio para as férias, algo bem simples que seja fácil de seguir para a maioria das pessoas. Aí comecei a pensar como podia ser esse meu desafio, e pensei logo num grande desafio, na prática, pra mim: controlar minha alimentação durante as férias. É triste e vergonhoso pra mim dizer isso, mas a verdade é que, se eu não tenho uma rotina que me obrigue a sair de casa todos os dias, minha tendência é ficar em casa, pegando pó.

E aí dá pra imaginar: uma pessoa que não sai de casa não tem motivos pra cuidar do cabelo, nem da pele, nem das unhas, nem de absolutamente nada. Usa só pijama o dia inteiro e o mais longe que vai é ao supermercado. Não tem novidade nenhuma, ninguém diferente pra conversar, pouca ou nenhuma distração. E aí o que acontece? A comida se mostra a mais compreensiva, cômoda e convidativa alternativa. Afinal, é um conforto ter uma "distração" que não exija que você faça nenhuma dessas coisas que acabo de citar, como se cuidar, se arrumar.

Isso é o que costuma acontecer nas minhas férias. E, no verão, eu tenho TRÊS meses de férias. Agora, com essa mudança de perspectiva e com a determinação que estou tendo, me sinto capaz de lutar contra a compulsão, que é sem dúvida o que me faz, direta ou indiretamente, me trancar em casa da maneira que descrevi e abandonar qualquer tentativa de controlar o que como. Em todo o caso, achei que era um ótimo tema para um desafio: se controlar até nas férias, sem rotina. Claro que eu sei que muitas pessoas trabalham nesse período e não têm férias, mas isso não seria um impedimento, a princípio ninguém seria barrado.

O objetivo seria simplesmente se comprometer a seguir a dieta, reeducação alimentar ou programa de controle que você já segue normalmente, durante os meses de Dezembro, Janeiro e Fevereiro. No início de março, quem tiver perdido mais peso vence o desafio. Estou pensando em um prêmio; que tal um layout de blog? Podem me dar sugestões! E digo mais; penso em criar uma meta global (do tipo uma certa quantidade de quilos a serem perdidos somando-se o peso eliminado de todas as participantes), que, se for atingida, resultará em algo a ser feito, algo que beneficie alguém, por exemplo. Aceito sugestões!) Isso poderia aumentar o empenho de todo mundo, já que, além de perder peso e vencer o desafio, todo mundo vai querer que a meta global seja cumprida.

Mas e então, alguém aí estaria disposta (ou disposto, quem sabe?) a participar de tal desafio? Quem quiser, põe o dedo aqui, que já vai fechar!

Lembram disso? Tão infância!

sábado, 8 de novembro de 2008

E agora?

Meu pai acaba de me dar uma notícia perturbadora: vamos todos almoçar no shopping amanhã. O que fazer?

a) Dar um jeito de não ir (posso alegar que tenho muitas tarefas acadêmicas e preciso ficar fazendo meus trabalhos e lendo meus livros);
b) Sair agora à cata (ou seja, internet) pra saber que estabelecimentos no dado shopping poderiam me oferecer alguma refeição que não pesasse muito nem no estômago nem na consciência;
c) Almoçar tranqüilamente o que os outros forem comer e tentar lidar com isso o resto da semana;
d) Outros.
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Notei que algumas pessoas que começaram a me ler recentemente não entenderam bem meu "dia oficial da jaca permitida", então resolvi explicar. Meu controle é um esquema semanal que começa no sábado, o dia um. No dia sete, sexta, tenho uma "folga", que é um dia em que eu posso comer coisas que não poderia nos outros dias. É um dia livre, mas não totalmente livre. Não conto as calorias que consumo nesse dia (até por medo de saber quantas). Nos outros seis dias, o limite é de 800kcal.

Eu sofro do transtorno do comer compulsivo, do qual vivo reclamando constantemente, e por isso é muito difícil pra mim manter uma dieta. Claro que é difícil pra todo mundo, mas os "sintomas" são um tanto quanto agravados pelo transtorno. Além das trilhões de tentações com as quais qualquer pessoa que está tentando emagrecer precisa conviver todos os dias, uma pessoa com o transtorno ainda tem que lidar com pensamentos auto-sabotatórios, pensamentos contrários a tudo o que você acredita, mas que podem fazer você cometer as maiores loucuras alimentares. Coisas insanas, do tipo matar aula pra ir no shopping comer alguma coisa (sem estar com a mínima fome). Eu não saberia contar quantas vezes fiz isso na vida.

Por isso, o sétimo dia é importante no meu programa de controle, por enquanto. Eu consigo driblar vontades aterradoras com a desculpa "vou comer isso na sexta-feira, então não preciso comer agora". Às vezes essa vontade é uma barra inteira de chocolate, que eu "pago" na sexta-feira com um bombom. Na maioria das vezes, quando a sexta chega, eu nem lembro mais o que tinha desejado comer. Esse dia também é importante para acalmar aqueles pensamentos de "quando vou poder comer uma pizza de novo na minha vida?". Se eu quiser comer pizza, na sexta eu posso.

A sexta acaba sendo sempre um dia meio confuso, como foi ontem. Na maior parte do tempo eu fico me perguntando se precisava mesmo desse dia (embora nos outros dias eu tenha certeza de que preciso dele). Fico pensando "eu seria totalmente capaz de sobreviver hoje me controlando como nos outros dias". Mas mesmo assim sempre acabo comendo um pouco mais do que acho que deveria, mesmo pra um dia "livre".

Em todo o caso, a sexta-feira continua sendo o dia oficial da jaca permitida e assistida. Ou o que for. E eu continuo querendo saber o que fazer amanhã. E continuo, também, com o fim de semana atolado de afazeres acadêmicos. É a vida... *

Edit: Estava bem nervosa na hora que escrevi o post, preocupada com o lance de almoçar fora amanhã. Acontece que eu tenho problemas em me controlar quando como fora. E acontece também que, só de pensar que no dia seguinte ia ter que lidar com isso, me deu uma ansiedade maluca, que imediatamente acordou aquela vozinha que começou a dizer "aproveita e tira uma folga no fim de semana". Ela rapidamente elaborou uma lista de tudo o que tinha lá na cozinha que eu pudesse querer e começou a cochichar no meu ouvido. E eu discutindo que não, que se for pra enlouquecer, que seja só amanhã, que é o dia "problema", não tinha motivo nenhum pra me descontrolar hoje. Mas tava difícil vencer a discussão. Pra calar a boca de todo mundo, deitei e fui dormir. Azar dos afazeres acadêmicos. (Como se eu fosse conseguir fazer qualquer coisa com aquela guerra dentro da cabeça...)

Graças a Deus acordei com a sensatez falando mais alto. Tomei um banho demorado, jantei um sanduíche e segui com a minha vida. Quanto a amanhã, amanhã eu resolvo. Mas acho que vou no shopping, sim, eu tenho certeza de que me sentiria muito mal ficando em casa, excluída. Além disso, se eu for fazer isso toda vez que tiver algum desafio... O certo é enfrentar. Chegando lá, se eu achar uma refeição light, ótimo. Se não achar, como uma quantidade controlada da refeição calórica que for. Chegando em casa, o controle continua, nada de "folga o resto do dia". Esse é exatamente o tipo de coisa que me levou a falhar das outras vezes. Dessa vez, vou entrar em todas as brigas que tiver que entrar, e pra ganhar. *

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Três momentos

Hoje foi um daqueles dias indefiníveis... Sabe quando as coisas não param de acontecer? Uma boa, uma ruim, uma média, e o seu humor variando junto? Hoje foi assim. Escolhi três momentos do dia para ilustrar.

1) Às três e meia da tarde, logo após o final de uma aula, em uma manifestação da Síndrome Psicótica de Final de Semestre Nervosa, tive uma crise de choro. Era puro desespero, falta de perspectiva, cansaço. Trabalhos demais, prazos curtos, idéias escassando... Soube hoje que todas as minhas idéias para o projeto de inglês não serviam e que preciso inventar outra. E faltam só mais três aulas. Além disso, há dois trabalhos para essa disciplina que faço nas quintas à noite que me atormentam. E hoje é quinta (porque ainda não fui dormir), e sabendo que teria a aula mais tarde, bateu o desespero. Mas foi bom chorar um pouco.

2) A aula seguinte foi a de Filosofia (aquela). Com ela, meu humor melhorou consideravelmente, embora eu também deva dar créditos ao fato de que eu me esforçava para não lembrar nem do projeto nem dos trabalhos. Logo depois da aula, fui me pesar, como já tinha dito que faria. A balança em que me peso fica numa farmácia dentro do campus. O resultado? Quase dois quilos e meio a menos: 77,450.

3) Alguns minutos antes de começar a aula da noite, que não é no meu prédio, sentei em uma sala vazia, ao lado da janela. Como estava no sexto andar, tinha uma ótima visão do pedaço de lá do campus e da rua, logo atrás. Fiquei olhando os carros passarem, lá longe, tudo iluminado por aquele sol de fim de tarde, enquanto um arzinho fresco acariciava o meu rosto. Tudo o que eu tinha dentro da cabeça sumiu e eu fui invadida por um sentimento tão bom que deu vontade de chorar. Me senti na mais completa e emocionante paz.
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Quero agradecer a todo mundo que me parabenizou pelo aniversário de um mês do blog. Estou sempre comentando aqui a importância do blog e de todas vocês nesse processo, o quanto isso tudo está me ajudando. E agora, com mais dois quilos mandados para o espaço, o incentivo só aumenta! Obrigada, obrigada, e vamos em frente, sempre em frente! Edit: esqueci de perguntar: Melina, que comentou, você tem blog? E você, Márcia, que já comentou outras vezes também? Kikaoliveira, que também comentou no outro post, seu perfil não está disponível e por isso não pude entrar no seu blog, se puder deixar um link! Eu gostaria de poder retribuir todas as visitas e o apoio que recebo!

Amanhã é dia sete, o dia livre. Embora seja o dia oficial da jaca permitida, o dia livre também é um exercício de controle. Ele faz parte do meu programa de controle e continuará fazendo enquanto eu julgar que preciso dele. O nome "livre" pode dar a impressão de que não há nenhuma regra, o que não é verdade.

No dia sete, eu como coisas que não me permitiria comer nos outros dias, e em quantidades que, embora não sejam as exorbitâncias que eu consumiria se não estivesse me controlando, também não seriam permitidas nos outros dias. Entretanto, eu faço refeições. Não como coisas em horas não justificadas, como nos horários da refeições. Assim sendo, não há binges. Não há, e ponto.

Eu ainda preciso do dia livre no final da minha semana de controle. Ele é o escape para as compulsões de durante a semana, e também, por que não dizer, um exercício do "controle da liberdade". Afinal, depois que eu já tiver emagrecido tudo o que eu quero, eu vou ter que continuar me controlando. Vou ter que saber dosar os limites e as liberdades. É bom ir treinando desde já. *

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Um mês de blog

Ontem, só por curiosidade, fui ver que dia tinha começado esse blog, e percebi que ele faria um mês hoje. Nossa, como o tempo voa! Um mês já. Aí pensei, nesse tempo só me pesei uma vez, nem sabia quanto estava pesando antes... Até coloquei ali do lado uma listinha com as pesagens, podem ver que é um início meio esquisito. Em todo o caso, decidi que vou me pesar quinta, e talvez me pese todas as quintas.

Não decidi bem certo ainda, pois tenho medo de ter neuras relacionadas à pesagem, mas por outro lado sei que é importante ir acompanhando os resultados. Só preciso me preparar psicologicamente pra resultados que não sejam tão bons... Se bem que eu devia perder esse medo bobo. Sei que nada vai me fazer desistir dessa vez.

Além dos blogs de pessoas que estão emagrecendo, como eu, costumo ler também os arquivos da Lu Francesa e da Larissa, que já emagreceram, pra ver como era o dia-a-dia, quais eram as dificuldades e como elas lidavam com tudo. A coisa que é mais marcante nos relatos das duas, sem dúvida nenhuma, é a determinação. É assim que vou seguir com a minha própria luta, sendo determinada e seguindo sempre em frente. Já se foi um mês.

Hoje, sentada no ônibus, quando decidi que vou me pesar quinta, desejei com todas as minhas forças não ver a casa dos 80 na telinha. E decidi: depois que sair da casa dos 80, não voltarei a pesar isso nunca mais. Nunca mais. *

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

O sanduíche de menos de 150 calorias

.Que acham de uma dica light para um lanchinho, ou mesmo uma janta? Eu inventei esse sanduíche, mas ele é tão simples e óbvio que eu aposto que milhares de outras pessoas também já o inventaram! Em todo o caso, você vai precisar de:

- 2 fatias de pão light (o que eu usei tinha 50kcal por fatia, mas há pães que têm ainda menos);
- 1 colher de sopa de maionese light (31kcal, mas você acaba nem usando a colher inteira);
- saladas da sua preferência (eu usei alface, tomate e cebola, que são as menos calóricas que eu conheço).

Bom, aí começa o preparo. Preste muita atenção, pois qualquer detalhe pode arruinar a sua receita! Primeiramente, mais uma dica: se o seu pão já tem alguns dias (se você é, como eu, a única pessoa que faz RA em casa, ou seja, o pão light pertence a você e somente a você), um jeito de fazer ele parecer novinho é colocá-lo no microondas. Peguei as duas fatias que ia usar, coloquei num prato e esquentei no microondas por quinze segundos. Ele sai quentinho e cheiroso! O próximo passo é passar a sua cota de maionese nas duas fatias. É legal colocar "bastante", porque senão o gosto some embaixo da montanha de alface. Mas pra mim sempre sobra boa parte da colher de sopa...

Agora vem a parte crucial: com muito cuidado, aplique a salada sobre uma das fatias de pão. Pode colocar bastante, especialmente a alface, que dá volume e "crocância". Se você conseguiu chegar até aqui, parabéns! Mas não relaxe, pois a última etapa é também muito importante: cobrir com a outra fatia de pão. E pronto! Seu lanche está pronto para ser saboreado, bem devagar. Eu gosto de um café com leite pra acompanhar. ;)

O sanduichinho foi minha janta de ontem, e a trilha sonora do preparo, do photoshoot e da comilança foi nosso querido mascote, sr. Beck Hansen. Esse disco, The Information, vem com uma cartela de adesivos pra você criar sua própria capa. Como podem ver, ainda não fiz a minha, apesar de já ter o disco há quase dois anos.
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Hoje foi um dia chato. Sabe aqueles dias chatos, que parecem que nem precisavam ter existido? Hoje foi assim. Ainda por cima fez um calor abafado, e de vez em quando chovia um pouco. Ou seja, condições climáticas de acabar com a paciência de qualquer vivente.

Apesar disso, ando com o ânimo lá em cima e fazendo muitos planos. Em um mês vou entrar em férias, e só sei que não quero passá-las todas trancada em casa, entediada. Estou avisando meu pai desde o início do ano que, de Natal e aniversário (que é em janeiro) quero tirar minha carteira de motorista (nem que ele tenha que fazer uma vaquinha com o resto da família). Não tenho a menor idéia de quando vou poder ter um carro, mas sei que esse é exatamente o tipo de coisa que, se a gente não faz logo, não faz nunca mais. Também penso em, se tiver dinheiro para tal, fazer natação e hidroginástica. Afinal, vai ser verão, e pra mim, que odeio calor e amo água, vai ser um alívio estar dentro de uma piscina.

Lembram da lista de coisas que eu precisava ler no fim de semana? Pois é. Pessoa disciplinada que sou, fiz como sempre faço quando tenho um monte de afazeres: deixei-os de lado e fui fazer outra coisa. Passei a tarde de ontem entrando em blogs que ainda não conhecia, já linkei vários que pretendo continuar lendo. Acho muito mágica essa atmosfera de solidariedade que rola na blogosfera light.

Aqui as pessoas querem ajudar umas às outras; não sei se faz mais bem receber comentários de apoio e incentivo ou deixá-los para as pessoas. Às vezes o conselho que damos é justamente aquele que precisamos ouvir. Além disso, o fato de estar publicando sua história é um argumento a mais para continuar quando vem aquela vozinha enjoada resmungando desiste, desiste... Quando você está na luta sozinha, "contra o mundo", parece que só você tem restrições alimentares, só você está acima do peso, e além disso você não conhece ninguém que já tenha conseguido emagrecer uns trinta quilos. Aqui você vê quantas pessoas têm os mesmos problemas, as mesmas dificuldades, e quantas já conseguiram superar tudo isso e vencer.

Quanto às minhas leituras, também não fui tão displiscente assim. Consegui ler a peça e tirar do livro sobre crônica os poucos trechos que interessavam para o meu trabalho. Faltou o livro do Caio, que comecei hoje e já devorei cinco contos. É pra amanhã, vamos ver se eu consigo terminar... Mas sem pressa. Já tinha decidido, no início desse ano, que não ia me pressionar tanto em relação aos afazeres acadêmicos (sou muito certinha e tento fazer tudo sempre nos conformes). Como diz uma amiga e colega, mesmo que ficássemos vinte e quatro horas diárias fazendo tudo o que precisamos fazer, não conseguiríamos fazer tudo. E ela tem razão. Já que é pra não fazer tudo, então, pra quê perder tanto tempo com isso? *

domingo, 2 de novembro de 2008

Domingo sem nhaca existencial

Meu professor de Filosofia nos deu uma aula incrível na última quinta-feira. Ele tinha anunciado que era a aula mais importante do semestre, sobre Viktor Frankl, e disse que poderíamos convidar quem quiséssemos. Ao chegar na sala, na quinta, havia mesmo algumas pessoas alheias à turma habitual. Alguém preparou o celular para gravar, e eu me perguntei se o que viria seria assim, tão grandioso como todos prometiam. Ao longo da aula eu aprendi tanto, mas tanto, que fiquei com inveja do colega que gravou a aula. Se o conhecesse, teria pedido que me enviasse o arquivo por e-mail.

A aula tratava da busca pelo sentido da vida, a linha filosófica (ou seria psicológica?) de Frankl. O autor escreveu um livro (que eu fiquei morrendo de vontade de ler) sobre sua experiência em um campo de concentração durante a Segunda Guerra Mundial. Ilustrada pelos escritos de Frankl, a aula foi daquelas (poucas) que fazem o aluno se dar conta, ao final, que nem se mexeu na cadeira, e que não consultou seu relógio uma só vez. Eu poderia resumi-la na frase que o professor mesmo usou para fazê-lo: "se o ser humano possui um por que viver, ele pode se adaptar a quase qualquer como viver". A frase é de Nietszche e pode não ser exatamente com essas palavras, mas significa isso mesmo.

Mas por que eu falei da minha aula sensacional de Filosofia? Por causa do título. O professor usou o termo "nhaca existencial" para descrever aquela sensação de não ter para onde correr, de não ter vontade de nada, um tédio desesperado, a impossibilidade de encontrar sentido na vida. Aquele que costuma acometer a maioria da população nos finais de domingo, caracterizando o que ele chamou de Neurose Dominical Prolongada. E, bem, como diz o título, não me acometeu dessa vez. Em todo o caso, achei o termo tão sensacional que o transformei em tag.
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Acima, uma primeira tentativa de "fotografamento alimentar": a janta de ontem. Aliás, um jantar bastante recorrente, com uma trilha sonora bastante recorrente: café com leite desnatado e club social de queijo, ao som de John Frusciante. A faixa 2 desse disco, chamado Shadows Collide With People, se chama Omission, e tem a participação nos vocais de Josh Klinghoffer. (Tava demorando pra falar deles aqui, ?)

Hoje o almoço foi mais uma provação (leia-se mais uma lasanha). Acontece que eu também não sou tão boba assim, de cair no conto da lasanha três domingos seguidos! Brincadeira à parte, o aprendizado que tirei desses deslizes foi decisivo. Servi no prato o que eu ia comer e não repeti mais uma lambidinha sequer. Não posso dar a mínima chance para a compulsão. Se eu vou com meu controle e determino, preciso seguir. É infalível: ela fica aniquilada. Junto com sua amiguinha, a nhaca existencial. *

sábado, 1 de novembro de 2008

Manhã de sábado

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Dia um, semana cinco. Assustador, não? Cinco semanas, já. Na verdade, completam-se cinco semanas na segunda. (Sim, eu comecei numa segunda-feira!) Munida da minha caneca de chá verde e meu computador, lá vou eu rumo a uma semana que, dessa vez, será desprovida de descontroles, loucuras e lamentos. Vamos até trocar de parágrafo, pois quero deixar tudo isso bem pra trás.

Na quinta-feira, remexi todos os meus cds de dados em busca de fotos minhas, de várias épocas, pra guardar pros futuros antes-e-durante e antes-e-depois. O problema é que as fotos em que aparece o corpo inteiro são raríssimas, por motivos óbvios. Também tirei fotos de mim agora, como estou (corpo inteiro inclusive), e vou ir me fotografando ao longo do processo. Queria começar a fotografar minhas comidas, mas estou sempre correndo na hora do café e do almoço, não sei se dá tempo. Além disso, tenho vergonha de fotografar minha comida na frente da minha mãe. Na melhor das hipóteses, ela vai rir da minha cara. Na pior, me chamar de louca. Se bem que eu sempre posso citar a matéria do Fantástico com a Larissa como deondeeutireiessaidéia, ela dá tanto crédito pra idéias tiradas da TV...

Também estou pensando em layouts novos, criei zilhões de tags novas pra classificar melhor meus posts (vocês não acham confuso isso, de ficar tentando nomear os assuntos?), estou cheia de idéias pra incrementar meus relatos.

Infelizmente, nem tudo poderá ser feito a tão curto prazo quanto eu gostaria; nesse fim de semana preciso ler muito. Pra segunda-feira, preciso ter lido a peça An Inspector Calls, de J. B. Priestley. Pra terça, o livro O Ovo Apunhalado, do Caio Fernando Abreu. Pra quarta, preciso ter pronta uma mini-aula sobre meu Projeto de Ensino em Língua Portuguesa (é também o nome da cadeira), que será sobre crônica, então preciso dar uma lida no livro A crônica: o gênero, sua fixação e suas transformações no Brasil, com textos de vários autores. Pra uma oral presentation sem data definida ainda, preciso escolher uma peça, por isso estou aqui com um livrinho que tem três peças, de três autores ingleses que eu não conheço (Robert Bolt, John Whiting, Henry Livings), afinal, pra escolher uma peça pra apresentar, preciso antes ler algumas.

O que me leva a pensar que nunca comentei que curso faço... Bom, pelas leituras já dá pra ver que é Letras, licenciatura em Português e Inglês. E já que é hora de esclarecer coisas, Sarah não é meu nome de verdade, é um nick. Era o nome de uma personagem de uma história que eu comecei a escrever, há muito tempo. Talvez, no dia em que eu postar uma foto de mim, eu possa perguntar a vocês que cara acham que eu tenho, pra ver se alguém acerta qual é o meu nome de verdade. *

Edit: Layout novo, de novo! Dessa vez quebrei a cabeça e destrinchei os códigos do blogger. Fora, claro, as imagens, feitas em photoshop. A foto: Beck. Não adianta, ele foi eleito por unanimidade o mascote desse blog.

Coisas pertinentes a dizer sobre a minha compulsão alimentar

"When you're addicted to drugs, you put the tiger in the cage to recover; when you are addicted to food, you put the tiger in the cage, but take it out three times a day for a walk."

Esse blog aqui é um lugar para eu escrever o que estou sentindo, para eu falar da minha doença e de como estou tentando controlá-la. Assim como eu achei boas coisas pra ler e me identificar, podendo assim "diagnosticar", conhecer melhor e me armar contra a compulsão, imagino que, se eu escrever sobre ela, outras pessoas podem ler e se identificar. Esses dias comecei a listar coisas sobre a minha compulsão, e vou dividi-las nesse post com vocês.


- Minha compulsão alimentar foi diagnosticada por mim mesma, respondendo sim a quase todas aquelas perguntas-sintomas que se encontra por aí. Aquelas que vêm com o aviso, "se você respondeu sim a mais de três ou quatro, procure ajuda psicológica".

- A compulsão se caracteriza por vários sintomas, sendo o mais notável as crises, ou binges, que consistem basicamente em comer tudo o que se vê pela frente, um pouco ou um muito de cada coisa. Quando a coisa que você está comendo está acabando, você já está decidindo o que vai comer a seguir. Quando estou tendo uma crise, eu não consigo pensar em mais nada, me concentrar em mais nada. A vida se resume àquilo.

- Em dias em que não estou tentando controlar a compulsão, não existem refeições. É uma falsa sensação de liberdade, você pode comer qualquer coisa que quiser, a qualquer hora, a quantidade que quiser.

- Entre um binge e outro, não escovo os dentes. Penso, "para quê? Logo vou comer de novo." Parece, também, um desperdício de pasta de dentes, como se eu não merecesse ter os dentes limpos, como se eu não merecesse escovar os dentes porque isso é coisa de pessoas normais, que têm refeições.

- Eu deprecio e tenho nojo do que faço. Me sinto um lixo, uma inútil, uma fraca, uma imprestável, indigna. Me sinto um desperdício de vida, pois não a uso pra nada. Mas não importa o quanto eu odeie o que eu faço, eu faço de novo. Não há explicação. Você levanta, caminha até a cozinha, abre a porta da geladeira. Come, e por isso se odeia. Se odeia, e por isso come.

- A doença faz isso com você. Diante de tantos sentimentos ruins, de tantas decepções, de tanta fraqueza e falta de esperança, de perspectiva, o único, o unicíssimo conforto que resta na face da terra é a comida. Quando você finalmente se rende é que descobre o verdadeiro desespero. O desespero de quando a porção acaba e você descobre que precisa de mais. Às vezes a barriga dói, mas ainda não é o suficiente.

- Quando estou tendo uma crise, não quero ver ninguém. Se alguém me surpreende, tento fingir que estou fazendo outra coisa. Ao ouvir passos, escondo a comida nos bolsos, embaixo das cobertas, em um armário. A espera, enquanto a pessoa inesperada faz o que tem que fazer e sai, é interminável. Nada mais existe, só a comida escondida que você precisa terminar de comer.

- Eu quero combatê-la. É o que mais quero. Antes eu pensava que, se emagrecesse, minha vida poderia seguir em frente. Penso um pouco diferente agora: talvez a minha vida possa seguir adiante quando eu me livrar da compulsão. Ou talvez ainda, tentar forçar a minha vida a seguir adiante ajude a me livrar da compulsão. *

terça-feira, 28 de outubro de 2008

O terceiro passo

Queria ter escrito ontem, mas não pude, estava tão cheia de coisas pra fazer, estava preparando uma entrevista que fiz hoje, agora há pouco, para um trabalho que estou fazendo. É uma pesquisa sobre a implantação do Ensino Fundamental de nove anos, e entrevistei a supervisora de uma escola. É para aquela cadeira que tenho quinta à noite, que me faz chegar bem tarde e cansada.

Novidades não tenho muitas. Ando pensando, pensando muito, sobre a vida e todas as coisas contidas nela. Sobre mim. Não gosto dos posts abaixo, queria deletá-los, causam vergonha em mim mesma. Não é uma vergonha de não querer se mostrar, eu não sei dizer que vergonha que é.

A questão é que, desde a semana passada, esses deslizes que eu tive, a cabeça bagunçada que eu tava, isso tudo acabou me trazendo um aprendizado muito importante sobre a compulsão e como combatê-la. Aprendi que é muito fácil manter o controle quando estou me sentindo bem, que eu não estava fazendo esforço nenhum nos primeiros dias, quando meus posts aqui eram felizes e eu dizia que finalmente estava conseguindo controlar a minha doença. Acontece que ela não estava atuando ali, ou pelo menos não com a força total que teve nas duas últimas semanas, quando eu não agüentei e fraquejei.

Aprendi que o esforço de verdade, a força, a luta, começa mesmo é nas horas em que não estou me sentindo bem. A hora em que eu tenho, sim, que resistir, dizer não praquela vozinha, tão citada nos posts abaixo. Ela não é mais forte do que eu, eu sou. Ela está dentro de mim, é parte de mim, eu ainda estou no comando. É assim que vou vencer: lutando nas horas fáceis e difíceis.

O primeiro passo foi reconhecer: tenho a compulsão e quero combatê-la. O segundo passo foi decidir como: criei meu programa de controle e comecei a segui-lo. O terceiro foi perceber as dificuldades dessa luta, mas também a possibilidade de vencer. Me sinto forte agora; não porque me sinto bem ou porque a vida me distrai da compulsão. Me sinto forte porque sei que tenho um problema, quero combatê-lo, já sei que meios usar e já percebi que vou ter que ter força. Ou seja: preciso tirá-la de algum lugar. Assim como você sabe que força precisa aplicar pra pregar um prego na parede, eu percebi a força que preciso aplicar contra a compulsão. Obviamente, cada martelada é uma e você calcula a força na hora de bater. É o que estou fazendo.

Me sinto bem melhor agora, pronta pra prestar atenção em outras coisas, não ficar tão obcecada pensando ohmeudeus no meu problema. Contra o problema vou lutar sempre, mas o resto também vai estar sempre aí precisando da minha atenção. Chega de deixar tudo pra depois com a desculpa de que isso bloqueava minha vida.
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E falando de outras coisas, baixei ontem o disco novo do Snow Patrol, banda que eu adoro. Se chama A Hundred Million Suns e está espetacular. Pra quem gosta de rock, recomendo. Eles são uma ótima banda irlandesa que já tem bastante estrada e vários discos lançados, mas despontou mesmo para o mundo todo entre o fim de 2006 e o início de 2007, com o sucesso estrondoso da música Open Your Eyes.

"Outras coisas" número dois, vi ontem de novo o ser, aquele. Ele tem uma aura de bondade, de beleza (não exterior) que ilumina tudo, esquenta o coração. Puro sentimento bom. Se estou apaixonada? Pouco importa. Se algum dia vou ter coragem de falar com ele? Muito menos. Chega também de ficar questionando o que sinto, reclamando que esperar ele passar não é vida, e tudo o mais. Às vezes é melhor deixar algumas coisas sem explicação. (Originalmente, some things are better left unexplained, retirada de Arquivo X, meu seriado preferido de todos os tempos. Já perceberam como adoro citações de filmes/livros/séries?)

Bom, hora de ir. Preciso almoçar e me lançar novamente a esse cinza que somos obrigados a chamar de dia. O pior é que eu gosto de dias cinzas. Gosto de coisas esquisitas, que poucas pessoas gostam, como Arquivo X e dias acinzentados. Gosto de gostar das coisas que eu gosto, gosto de gostar de mim. E dá-lhe martelar o prego. *

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Relato momentâneo.

Os fatos:
- O post de ontem foi uma última tentativa de lutar. Era todo verdadeiro, com exceção da última frase. Desafiei a voz e ela atacou mais forte. Minutos depois eu desligava o computador - ele podia testemunhar - e ia à cozinha. Num percurso de ida-e-volta interminável. Primeiro meio sanduíche. Depois um inteiro. Uma banana. Um club social. Um pouco do brigadeiro da minha mãe. Sete bolachinhas recheadas. Foram as últimas, as escondi sob o lençol, já começava a adormecer enquanto mastigava a última.
Essa doença é perversa.
- Acordei ainda sob o efeito, toda a minha vida resumida no café da manhã. Um sanduíche de mel com queijo. Três fatias de bolo. Minha mãe: terminou? Não. Mais uma fatia de pão com manteiga, mais meia xícara de café com leite.
- Escovei os dentes, com nojo da digestão que viria a seguir. Queria logo ir dormir, esquecer, mas tinha que ler e tomar banho. Levei uma garrafa d'água, meu corpo pedia. Precisava ler o livro, aquele de que falei, pra faculdade. Li até faltar só um capítulo. A sonolência começando a me vencer.
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Deitada na cama, tento decidir o que vestir depois do banho. Precisa ser algo folgado, para esconder o inchaço que a barriga denuncia, que delata uma noite de pecado. Sinto meus olhos tristes, pesados por dentro, tão fracos que não podem nem chorar. Minha mãe aparece, vai logo tomar banho, depois vais te atrasar para buscar o teu irmão. Tenho tantas coisas pra fazer, me ajuda. E ela me vê ali, derrotada na cama, os olhos moribundos de tanta tristeza. Os dela não podem enxergar. Ela olha a filha e não a enxerga, é ela que precisa de ajuda. É ela, ela, sempre ela. E eu sei que ela é peça importante no quebra-cabeça das minhas enfermidades mentais. Como ela pode não me enxergar?

Mas me vem um momento de lucidez, um momento em que todas as vozes se calam e eu consigo falar. E eu digo que há uma escolha, que precisa ser feita: continuar aqui e me entregar, dormir e não tomar banho, ir buscar meu irmão com os cabelos sujos, encher cada vez mais a barriga de vazios existenciais.

Toda a porção de comida tem um fim, e todas elas juntas só fazem entulhar o ventre do maior vazio de todos, o mais interminável, aquele que não tem fim.

Ou eu posso levantar, lavar os cabelos e fazer por mim o que ninguém mais pode fazer. Apesar de minha mãe, eu olhar para mim e me enxergar. O que eu quero, o que eu preciso. Quando a voz fala, faz troça dessa escolha, a faz parecer ridícula. Mas agora ela está quieta. Eu preciso fazê-la silenciar, e é essa a escolha que torna isso possível. Preciso silenciá-la com os meus gritos. Eu falo sozinha dentro da minha cabeça, nesse momento, mas por quanto tempo?

Enquanto ainda posso, vou me levantar daqui, pegar uma roupa e lavar os cabelos. Comer refeições que têm fim e não sucumbir. Enquanto o silêncio impera dentro de mim e eu me sinto livre para falar. *

domingo, 26 de outubro de 2008

Rumo à Segunda-feira

Dá pra dizer que o fim de semana correu bem, controle-alimentarmente falando, exceto pelo almoço de hoje. Vocês acreditam que tinha lasanha de novo? Pois é. Não foi como na semana passada, que eu me descontrolei totalmente, mas repeti um pedaço, o suficiente pra me sentir mal depois, culpada. Tratei logo de preparar uma xícara de chá verde, pensando que ajudaria a digerir logo aquele pequeno deslize. Na janta só salada.
Não me passei nas calorias, mas sei que não é bom que elas estejam quase todas na mesma refeição. E me chateia também não ter conseguido dizer aquele não ao segundo pedaço.

E a minha mãe, ela não é muito compreensiva no que diz respeito à minha empreitada. Já disse aqui que ela não deu muita bola quando falei que tenho o transtorno do comer compulsivo, que desconfio que ela nem acredita que tal mal exista. Ela deve achar, como acham muitas pessoas, que se trata de falta de força de vontade, de preguiça. Por isso a minha mãe me surpreendeu tanto naquele dia que deixou pra fazer bolo na quinta, pra eu poder comer sexta.

Hoje ela agiu da forma habitual. Antes do almoço se fez de chateada porque tava com vontade de comer salada de batata com maionese mas não ia fazer só pra ela. Eu disse "sinto muito, mas não quero e não devo comer salada de batata com maionese". Depois do almoço, pediu pra eu fazer brigadeiro de panela. Imaginem a cena, eu ali, minha caneca preenchida com culpa e chá verde, misturando leite condensado e nescau, queimando os dedos, quase perdendo o ponto. Não lambi coisa alguma; me retirei da cozinha com o resto de chá verde e de dignidade que eu ainda tinha.
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Na verdade, meu fim de semana foi bem tedioso. Choveu ele inteiro, e só me restou ler esse livro chato, que tenho que ler pra faculdade. Já passei um pouco da metade e quero terminar logo, me livrar do compromisso. Ele nem é tão chato, só tem algumas coisas que não me agradam, coisas que, pra mim, fazem parecer que a autora está tentando se exibir. Coisas que me soam forçadas. Mas o texto é muito bem escrito, e tem momentos muito bons, na minha opinião, eu que sou uma apreciadora do texto bonito.

Além disso, votar, hoje. Voto aqui, a uma quadra e meia de casa. Num minuto que parou de chover eu meti um casaco por cima da camiseta de pijama e fui. Minha candidata perdeu, e é horrível ter a certeza de que se passarão mais quatro anos de ônibus cada vez mais velhos, mais cheios e menos freqüentes nas paradas. De ruas cada vez mais esburacadas e, conseqüentemente, empoçadas nos dias de chuva. De só ver obras de novo daqui a três anos e meio, quando estiverem tentando se eleger mais uma vez.
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Como a minha mãe ou qualquer outra pessoa pode achar que é falta de força de vontade? Essa voz que me cochicha ao ouvido, pelo lado de dentro? Que promete que a solução para esse tédio todo está lá na cozinha, sob diferentes formas e gostos, o conforto que o marasmo me rouba? Não é força de vontade, simplesmente, que se precisa ter para lutar contra essa voz. É uma força sobre-humana, que às vezes me falta. Agora é fácil, é só deitar a cabeça no travesseiro, ir dormir e ter vencido, aos trancos e barrancos, mais um dia. Mas e amanhã? E se ela falar ao meu ouvido o dia inteiro? Às vezes ela cala, e parece tão fácil continuar. Mas às vezes ela fala o dia inteiro, grita, anula o resto do cérebro. Às vezes eu canso de lutar.
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Hoje já acabou, e eu espero que amanhã eu me sinta melhor, mais forte. Que ela não fale tanto. Tenho tantas dores de cabeça, será que não é dos gritos dela? E tem mais uma coisa: não sei com que freqüência vou me pesar. Só me pesei uma vez até agora, quinta retrasada. Tem vezes que faz bem (quando ela mostra o que eu quero ver, claro), mas tem vezes que faz muito mal. E eu ando evitando ao máximo as coisas que podem fazer mal. De mal, já basta essa voz na minha cabeça, que quer um binge antes de dormir. Mas não vai ganhar. *

sábado, 25 de outubro de 2008

Novo layout!

Desde que comecei o blog, não consegui me adaptar com nenhum daqueles modelos prontos do blogger. Não os acho feios, acho ótimos, mas eu não conseguia me adaptar, por alguma razão. Antigamente, quando tinha um blog (não diet-related) no blogger.br, eu fazia layouts no photoshop e tal, editava o código, tranqüilamente. Mas aqui, no blogger.com é mais difícil, não entendo aqueles códigos deles. De qualquer maneira, o que fiz foi sair à procura de sites que tivessem layouts prontos pra blogger. Achei vários layouts, tentei colocar, não deu muito certo, enfim.

Acabei achando esse site aqui, que tem muitos layouts. Só que tem uma coisa, não tem como você não meter a mão no código, senão seus widgets vão pro beleléu. Mas achei esse tutorialzinho aqui que explica como salvar widgets. (Leia-se copiar do código que você usa pro que quer vir a usar. Em inglês.) No fim o layout que escolhi não estava totalmente do jeito que queria, tive que fuçar no código, fiquei com essa dor nas costas tremenda. Não é grande coisa de layout; basicamente um fundo, uma imagem de título, cores, uma transparênciazinha. Eu não queria nada demais mesmo.

Falando de dieta, acabei deixando a sexta livre mesmo, fiquei com medo de sair do sistema e prejudicar a próxima semana, que espero passar sem deslizes. Mas me controlei muito mais nessa sexta-feira, comi muito menos do que vinha comendo nos outros sétimos dias.

.momento inspiração
Vejo várias meninas postando fotos de atrizes e cantoras nos blogs para servir de inspiração. Resolvi seguir a idéia, mas vou inovar: um menino. Sempre que eu vejo uma pessoa magra, não precisa ser mulher, eu me sinto mal por estar gorda. O menino (nem tão menino assim...) que estou postanto se chama Beck, é um cantor, compositor e instrumentista talentosíssimo, de quem sou muito fã. E meu, ele é tão magrelinho. Eu gosto de meninos magrelinhos. Na verdade, o Beck é meu tipo de menino. Como diz uma amiga minha, se ele dissesse "vamos", eu ia.


Teoricamente, já é sábado, mas como ainda não fui dormir, pra mim ainda é sexta. Ou seja: amanhã é dia um de novo. Torçam por mim, não quero que aconteça como na semana passada, que perdi o foco. Estava indo tão bem! Agora vou voltar ao pique de antes, podem contar com isso. *

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Bem de novo

Em primeiro lugar, quero agradecer todos os comentários do post debaixo, me dando força e apoio. Muito obrigada, vocês realmente ajudaram a levantar a minha moral! Laura e Márcia, que não deixaram link, vocês têm blog? Adoraria retribuir a visita!

Bem. Apesar dos tropeços, cá estamos em mais um dia 6. Semana três, dia seis. Amanhã, o dia sete. Pensei em talvez não fazê-lo livre, já que tive umas crises de comilança essa semana, mas não decidi ainda. Essa semana está sendo horrível, ando cheia de obrigações, os prazos acabando, mal tenho tempo de respirar. O pior é que a preguiça de fazer os trabalhos não ajuda, porque mesmo se eu decido deixar alguma coisa pra depois, ela continua martelando na minha cabeça, lembrando que ainda precisa ser feita.

Além disso, quase arranjei dois trabalhos. Um, uma tradução (versão, na verdade, dizem =P), que eu já recusei, porque não me julguei capaz de fazer (era um abstract cheio de termos técnicos). Outro, um casal de alunos particulares, com quem estou tentando acertar horários. O pior é que nunca dei aula pra ninguém na vida, não sei se vou conseguir. Isso me deixa super hiper mega nervosa, porque não sei como vou me sair, se eles vão conseguir aprender, se eu vou saber como preparar as aulas. Ai, puro pânico.

Mas enfim, embora eu tenha reclamado da vida o post inteiro, esse era um post com o intuito de dizer que estou melhor, que continuo focada, seguindo em frente, com o pensamento positivo e o olho no futuro, que será melhor dependendo do que eu escolher agora, no presente. Néam? *

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Não queria escrever esse post.

Hoje, segunda-feira, completariam-se três semanas que eu mantia o meu programa de controle do meu transtorno do comer compulsivo. Tenho até vergonha de dizer isso, mas não se completaram três semanas de controle absoluto, pois eu perdi o controle.

Tudo começou ontem, domingo. Como eu já disse, fins de semana são difíceis, e ontem foi um daqueles almoços de domingo difíceis de se resistir. A comida era lasanha de presunto e queijo com molho de tomate. Eu já sabia desde sexta-feira que esse seria o almoço de domingo, mas estava decidida a me controlar e a comer só um pedaço. Acho que o que pesou nem foi tanto a comida, mas a família reunida em volta da mesa. Senti que, se não comesse a mesma quantidade que as outras pessoas, não estaria participando, não estaria compartilhando aquele momento de união. Bobagem, claro, mas naquela hora pesou. Em vez de um pedaço, comi três.

Almoço de domingo terminado, decidi que me controlaria pelo resto do dia. Ou seja: a próxima e última refeição do dia seria a janta, somente salada de alface com tomate, temperada com vinagre e sal. E assim eu fiz, e deitei a cabeça no travesseiro bem tranqüila à noite, achando que o pequeno descontrole do almoço de domingo estava bem resolvido.

Mas não estava, porque, sem nenhum outro motivo aparente, acordei hoje, na segunda, com uma vontade incontrolável de desistir de tudo. Essa doença é incrível. Aparecem uns pensamentos na sua cabeça que você acredita que são mesmo reais. Hoje eu tinha a sensação clara de que me controlar e emagrecer não eram coisas importantes pra mim; que o que eu estava fazendo era um sacrifício maior do que eu era capaz; que a melhor solução para todos os meus problemas era comer tudo o que eu tinha vontade; que a doença não era um problema tão sério, que eu não precisava combatê-la pois ela não me prejudicava tanto assim.

Todos esses pensamentos são falsos! Eu penso exatamente o contrário disso, como eu pude ser vencida por uma doença que está dentro de mim, que me faz acreditar no contrário do que eu realmente acredito? É por isso que essa doença é perigosa; o controle perde-se por completo, não só sobre a comida, mas até sobre os seus pensamentos, suas crenças, suas resoluções. Se eu abrisse o meu blog naquele momento, eu era capaz de não acreditar nas minhas próprias palavras. E era eu mesma, consciente como estou agora. Que maluquice é essa? Como posso controlá-la??

O resultado foi um descontrole total. Abrir a geladeira e provar um pouco (ou um muito) de tudo o que há. Abrir os armários, procurando. Voltar para o quarto, não conseguir sentar cinco minutos e ir procurar mais. E muita culpa, muita vergonha, não querer que ninguém veja que estou comendo de novo. E minha mãe não percebe. Já tentei dizer a ela que isso é um problema, que tenho um problema. Ela não levou a sério. Até hoje não leva. Agora há pouco eu disse a ela que minha barriga estava doendo muito, porque eu tinha comido demais. Sem nenhum comentário, ela virou pro outro lado e continuou vendo televisão.
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Agora me sinto lúcida, no controle de novo. Tenho vontade de acordar amanhã de volta ao normal, com meu programa de controle, deixar o deslize pra trás e seguir em frente. Há uma ou duas horas eu me sentia sem perspectiva, sem futuro. O futuro era a próxima coisa que eu ia atacar na cozinha. Amanhã eu quero me levantar, e quando eu conseguir, eu vou comentar nos blogs das pessoas que estiveram aqui e me deixaram comentários tão gentis. Vou seguir com a minha vida e com a minha luta contra esse transtorno. Vou começar a repensar a possibilidade de procurar ajuda psicológica ou psiquiátrica, talvez algum remédio que ajude a inibir esses rompantes de insanidade.

Eu não vinha escrever esse post, estava com muita vergonha. Mas resolvi que o depoimento era importante, para quem estiver passando por algo parecido ou para mim mesma; quem sabe numa próxima vez que tudo o que eu realmente penso me parecer falso, eu possa ler isso aqui e acreditar na verdade, e controlar o descontrole. *


Edit: Leônidas, você não deixou seu link pra eu poder entrar no seu blog! Eu adoriaria entrar lá e adicionar nos meus links, porque eu acredito que quanto mais amigos agregados, melhor, tanto pra mim quanto pra eles!

sábado, 18 de outubro de 2008

Como a gente pode esperar entender os outros se não podemos entender nem a nós mesmos?

Aqui estamos novamente em um dia um. É tão impressionante a força que eu sinto agora, nessa tentativa, é totalmente diferente das outras vezes que eu já tentei emagrecer. Ontem foi o dia livre, e eu comi bastante, várias coisas que eu tinha tido vontade durante a semana, mas em pouca quantidade, um pouquinho de casa coisa, por assim dizer. Comi o bolo que a minha mãe fez também, hehe, tava (ainda deve estar, porque não acabou) uma delícia. =9

A gripe parece que não quer mais ir embora. Essa noite tossi muito, estou com a garganta toda dolorida. Estou aproveitando que é fim de semana para tomar de novo aquele xarope que derruba, que é melhor que o comprimido que eu tomei durante a semana, especialmente pra garganta. Pelo menos não me sinto mais fraca, nem tenho dores no corpo. Mas também, como alguém pode melhorar totalmente com essa chuva que não pára há uma semana?
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Esse blog tem sido muito importante pra mim, tem me ajudado muito, especialmente por promover o contato com outras pessoas com histórias parecidas. Tenho lido muitos blogs, comento em alguns, alguns comentam de volta, e esse contato é muito importante. Dá pra sentir que é uma comunidade mesmo, mobilizada, em que umas se preocupam com as outras e passam sempre mensagens de apoio, de confiança, de incentivo. É um clima tão bom, uma energia tão positiva, muito diferente mesmo. Isso é muito legal. A minha idéia, inicialmente, era ter um blog pra escrever, mais pra mim mesma, nunca imaginei que estava entrando num mundo assim, de gente tão solidária.

Mas por essas andanças por blogs, acabei entrando em um que me deixou muito triste. Quero dizer que não tenho a menor intenção de criticar, ofender ou magoar alguém, somente de manifestar a minha tristeza. Ontem acabei lendo o blog de uma menina que tem anorexia e bulimia, uma menina que posta fotos de seus ossos saltados dizendo que está muito triste por ser tão gorda. A meta dela são trinta e poucos quilos, e eu tenho medo que ela não consiga sobreviver até lá, pois ela fica dias e dias sem comer coisa alguma. Gente, isso é muito triste, isso é doença. Eu tenho uma doença também, e eu sei que a pessoa não tem culpa de tê-la. A diferença é que essas meninas amam as suas doenças, se utilizam delas para emagrecerem, num ciclo cada vez mais doentio. Eu não gosto da minha doença, e meu objetivo é combatê-la, o que torna as coisas mais fáceis pra mim. Sei que fiquei muito triste, porque minha vontade era ajudar aquela menina, e eu sei que não há como. Elas pensam que são incompreendidas, e eu, se dissesse alguma coisa, só seria uma a mais a não compreendê-las. =(
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E pra você ver como as pessoas têm cabeças diferentes mesmo... Eu tenho uma amiga muito querida, que até está passando por uma tristeza muito grande agora, que estava conversando comigo e me contou de um casamento em que ela foi. Ela mandou fazer um vestido lindo em uma costureira, mas na hora de usar, acabou optando por outra roupa. Se sentiu mal, porque achou que a clavívula ficava saltada com o vestido novo... Falei pra ela que eu fico tateando pra ver se a minha clavívula tá ficando mais aparente, rimos tanto. Ela é linda, magra como eu quero ser, mas como sempre foi assim, queria ser um pouco mais gordinha.

E já que estamos falando de amigas, uma que se dizia minha amiga roubou minha idéia pra um trabalho e apresentou antes de mim. E ainda teve a coragem de dizer, quando acusada, que também é capaz de ter idéias e que não tem culpa que pensou em algo "parecido". Não adianta, cada um tem uma cabeça diferente mesmo. *

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Tomorrow is Friday (the free-day!)

Poisé, mais seis dias bem controladinhos. Hoje é um dia que eu vou pra faculdade de tarde e só volto no final da noite, acabei de chegar. Aí minha mãe disse: "fiz um bolo. deixei pra fazer hoje pra você poder comer amanhã". Não é fofo?

Resolvi me pesar hoje, queria saber a quantas eu andava. Até já coloquei ali o "termômetro". (Valeu Gabi pela dica!) Eu não sei quanto emagreci nessas quase três semanas, mas é que assim: eu considero 86kg meu peso inicial porque é o máximo que já pesei. Tava pesando isso no final do ano passado, quando fiz dieta e cheguei a 82. Só que nesse inverno engordei de novo, e bastante, mas não quis saber quanto, então não me pesei. Daí hoje subi numa balança e deu 79,700kg. Só o que posso dizer é que perdi o tanto que ganhei no inverno e mais dois quilos dos 82 que pesava no início do ano. Ou seja, vitória!

Fiquei muito feliz, serviu de estímulo pra seguir em frente. Tem mais um monte de coisas que eu queria dizer, mas agora vou ter que deixar pra depois, vou ter que ir pra caminha porque estou muito cansada! Até! *

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Ainda enferma...

Dia cinco já. Essa semana tá passando bem rápido. Ontem não me alimentei bem. Não saí do meu programa de controle, mas só comi coisas industrializadas. Pra não dizer que não comi nada natural, comi uma colher de sopa e meia de vagem refogadinha (amo). Mas almocei club social e jantei miojo light (com vagem). Puro conservante. Não sei se meu organismo gostou muito, não...

O que sei é que o meu organismo cansou das secreções da gripe, pois não pára de "expulsá-las". Eca, nem imaginem. Acho que estou um pouco melhor que ontem, mas também, ontem eu tava péssima. Passei o dia na faculdade (por isso a má alimentação) porque tinha que fazer trabalhos, e ainda morrendo de gripe daquele jeito. Agora tô mais disposta, mas com um certo enjôo por causa das secreções. Só queria ficar melhor, buá!

O pior é que não posso nem faltar, tenho um trabalho pra apresentar hoje. Coisa mais chata. Pelo menos vou almoçar em casa e, logo, comida decente. *

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Semana dois, dia três

Hoje faz duas semanas. Chegar na segunda-feira sempre é uma pequena vitória, pois como eu já disse, o fim-de-semana sempre é difícil. No domingo falei que tinha "medo" que meu pai quisesse nos levar para almoçar fora - ele não levou. Alívio...

Hoje não tive aula, então aproveitei a folga pra ir no cinema ver Ensaio Sobre a Cegueira, tava doida pra ver. Amei o filme, muito muito bom. Não vou dizer nada além de "assistam!" Antes do filme sofri um pouco, digamos que por uns três minutos, com o cheiro de pipoca no caminho entre a bilheteria e a sala. Lá dentro, ainda bem, sem cheiro. hehe

Depois do filme, minha amiga estava com muita fome e queria comer um Big Mac. Ela me perguntou vinte vezes se eu tinha certeza de que não me importava de ela comer na minha frente, e eu respondi vinte vezes que sim, tinha certeza. Achava que ia me incomodar, mas nem me incomodei. O que me incomodou mesmo foi a Sprite Zero que eu estava tomando pra fazer as vezes de lanche. Por favor me lembrem que eu odeio refrigerante light (tenho sorte de não gostar muito nem do normal) e que eu não devo fazer isso na próxima. Seria melhor ter tomado uma água ou mesmo nada, porque aquele gosto de adoçante, sim, é que é deprimente. Me fez mais mal do que todas as bandejas de McDonald's ao meu redor na praça de alimentação.

Minha amiga passou uns quinze minutos na fila do Mc pra comprar o lanche, e durante esse tempo fiquei lembrando de como eu me sentia mal em pensar em todas as calorias que eu desperdiçava no meu corpo enquanto tantas crianças morriam de fome na África e em tantos outros lugares. Olhava praquela fila imensa e pensava, "até onde isso vai chegar?" Talvez isso tenha me ajudado a não ligar a mínima para o Big Mac e as batatas da minha amiga quando ela chegou; ou talvez eu só estivesse ocupada me enjoando com a Sprite.

Acho que o importante a dizer, acima de tudo, é que resistir ao teste da praça de alimentação (ou mesmo à pipoca) não foi um sofrimento, pois eu finalmente entendi que o sofrimento pior é o que eu passo depois, com a culpa, com a consciência pesada, com as lembranças de todas as vezes que eu tentei em vão. Isso me dá força pra fazer com que dessa vez seja diferente, meus esforços não sejam em vão.

Quanto à gripe, continuo mal. Melhorei daquele mal estar generalizado do domingo, mas continuo sofrendo com o nariz escorrendo e a dor na garganta (que o ar condicionado do shopping ressuscitou). Infelizmente não posso tomar aquele remédio que derruba, que é o melhor pra melhorar logo, a não ser que queira passar o resto da semana na cama e não apresentar trabalho, não entregar trabalho, não nada. Ai, sinceramente, que idéia agradável... *

Minha estratégia

Resolvi dedicar um post a esse processo de controle, emagrecimento, etc. Já falei algumas coisas nos outros posts, mas achei por bem fazer um com tudo o que possa ser relevante sobre a minha história... Eu acho. Em primeiro lugar, eu não era gorda até os 16 anos, que foi quando comecei a engordar, aos poucos. Em 2003, porém, entrei em depressão e descontei tudo na comida, engordando muito rápido em poucos meses. A partir do ano seguinte, comecei a lutar pra perder o que tinha ganho. Fui a uma endocrinologista e a uma nutricionista, que não me ajudaram muito. Também fui a uma psiquiatra pra tratar a depressão (isso em 2005). Ela não considerou meus comentários a respeito de comida muito importantes e me tratou só por depressão. Todo mundo diz que eu deveria ter ido a um psicólogo se queria fazer terapia, que psiquiatras só dão remédios. Realmente, foi só começar a dizer que me sentia melhor que ela me deu alta. E eu com os problemas todos na cabeça, ainda, só abafados pela fluoxetina.

Bom, mas voltando ao presente. Já disse mil vezes mas vou repetir: o que diferencia essa tentativa de todas as outras é que dessa vez não estou fazendo dieta, quer dizer, não somente fazendo dieta. Lendo sites a respeito e blogs, me encaixei nas descrições e assumi, de uma vez por todas, que tenho o transtorno do comer compulsivo. É importante isso, pra saber que não é um problema só seu, mas uma doença que atinge muitas pessoas. E mais importante ainda é saber que existe um jeito de vencê-lo. Controle é a palavra-chave.

Criei um programa de controle do meu transtorno que, por enquanto, enquanto preciso emagrecer, não pode ultrapassar 800kcal diárias. Tenho seis dias assim e um sétimo de folga, sem contagem rígida de calorias ou restrições. O sétimo dia é importante para aliviar a tensão dos outros dias, pois em um momento de desespero eu consigo resistir a alguma coisa pensando em deixar para comê-la no dia de folga (e às vezes, quando ele chega, você nem lembra do que queria ter comido). Além disso, já ouvi dizer que esse dia de folga ajuda o corpo a não "achar que você está perdido em uma ilha deserta, precisando economizar energia".

Há meses não me peso, mas considero meu peso inicial 86kg, que foi o máximo que já pesei. Sei que, no início do semestre passado, estava com 82kg, pois tinha emagrecido entre o final do ano anterior e o início desse. Mas senti nas roupas (e no espelho!) que engordei durante o inverno, só não sei quanto. A balança é algo complicado pra mim; nessas tantas tentativas, teve épocas em que ela me ajudou muito e épocas em que atrapalhou também. Por isso, quero esperar ter uma diferença significativa no meu corpo pra começar a me pesar dessa vez.

A nutricionista que eu fui ver me examinou e tarará e disse que meu peso ideal é 63kg. Minha meta é, porém, 57kg. Quero ficar muito, mas muito magra, porque meus seios são enormes e eu quero saber o tamanho real deles. Como engordei durante a adolescência, nunca soube qual era o tamanho real deles depois de ter parado de crescer. De qualquer forma, 57kg é só uma meta, pois eu vou parar de emagrecer quando me sentir satisfeita, com o corpo, os seios, tudo, não importa o peso, se vai ser mais de 63kg ou menos de 57kg.

Tem horas que pensar sobre isso me dá uma angústia gigante, então eu só penso em outra coisa e passa. Tem horas que ler blogs e sites me ajuda e horas que atrapalha, tem horas que eu preciso esquecer que estou emagrecendo. Afinal, dá uma ansiedade louca de saber logo como você vai ficar, quanto tempo vai demorar. Acredito que o melhor jeito é tentar abstrair. Pensar nisso, se motivar, escrever (tem me feito muito bem), mas também sair e ir viver a vida. É o melhor jeito de passar o tempo. Ficar prestando atenção demais, procurando mudanças, também não ajuda. Fico feliz quando noto que emagreci, mas não fico mais no espelho tentando enxergar minha clavícula. Aliás, hoje mesmo, tava sentada e coloquei a mão no ombro e senti ela mais proeminente. Fiquei muito feliz.

Realmente, há pessoas que não são capazes ou se recusam a entender o quanto a proeminência da clavícula pode fazer uma pessoa feliz... Mas não é pra essas pessoas que eu escrevo; somente para aquelas que ao menos tentam se pôr no lugar dos outros. Afinal, todo mundo tem suas batalhas. Qual é a sua? *

domingo, 12 de outubro de 2008

Tag "mal" pela primeira vez

Mas é fisicamente. Acordei no meio da noite sentindo muita tontura e dor de garganta, fui levantar pra beber uma água e quase caí, enjoei, quase vomitei. Tomei um remédio pra gripe daqueles que derrubam e apaguei pelo resto da noite. Agora, acordei me sentindo como se tivesse tomado uma surra. Até minha digitação tá mais mole... A dor na garganta, pelo menos, deu uma aliviada, tá bem fraquinha.

Se eu tivesse escrito ontem à noite, porém, o "mal" seria psicologicamente. Não sei explicar o que sentia, mas saí do churrasco da minha amiga me sentindo péssima. Embora eu conheça a maioria das pessoas que estavam lá, eles não são meus amigos, são amigos dela. Fiquei me sentindo mal por não ter uma turma grande de amigos, por só ter aqueles poucos-em-quem-eu-confio. À noite, no outro churrasco, o de família, estava um caco. Sentei no sofá com cara de bunda a maior parte do tempo.

Parece que agora que estou combatendo meus problemas com comida, estou enxergando outros problemas que me incomodavam e eu não sabia; a falta de convívio social, de uma vida mais significativa. Essas coisas estão finalmente se mostrando como coisas que me incomodam profundamente, e eu sei que elas também são causadas, direta e indiretamente, pela minha "condição". (adoro isso, como em Memento, "did I tell you about my condition?")

Ou seja, até pelos posts anteriores dá pra perceber que os problemas com comida são os que menos incomodam nesse momento. Parece que eu finalmente achei meu caminho para o controle (espero não perdê-lo). Só que nem tudo são flores. Hoje é dia da criança, meu pai vem trazer presentes pros meus irmãos e eu tenho um certo "medo" que ele nos leve pra almoçar fora. Pra mim é muito difícil controlar qualquer coisa indo comer fora. Meio que não acho justo pagar quinze reais pra comer alface e tomate com alguma bobagenzinha, o que eu poderia tranqüilamente fazer em casa. Sei lá, vamos ver o que acontece. *

sábado, 11 de outubro de 2008

Dia um de novo

Queria ter escrito ontem, queria dizer como me sentia. Era sexta, o dia livre. De manhã, por ter chegado a ele depois de seis dias de dedicação infalível, me sentia gloriosa. Aí fui comer as coisas que tinha planejado comer - quase não conseguia! Será que o meu estômago diminuiu ou qualquer coisa assim? Sei que me senti meio mal, cheia, e nem comi tanto assim.

À noite fui numa festa. Já não tava me sentindo muito bem, aí fui beber e quase vomitei. A festa em si também não tava muito boa, tava meio vazia. Tomei um "toco" sem palavras dum menino lindo (o amigo dele queria a minha amiga e vieram os dois, mas o "meu" me olhou um pouco e saiu fora). Grande coisa. Confesso que fez mal à minha auto-estima e, somando ao mal-estar estomacal, à dor nos pés de estar acordada desde as seis e meia da manhã fazendo coisas sem parar e à banda que tocava, que tinha um repertório bom mas uma vocalista muito ruim, devo dizer que o saldo foi negativo. Saí mais pra me obrigar a sair, porque fico muito na concha, mas pra essa noite que passei, era melhor ter ficado com as minhas cobertinhas...

Mas não tem importância. Na quinta vi ele de novo. Ele me alucina cada vez mais. Dessa vez ele me viu também. É bom que ele comece a perceber que eu existo... Deus, jamais pensei que me meteria numa situação dessas de novo. Mas é impossível não gostar dele. Ai, chega. Melhor nem falar nele mais.

Daqui a pouco vou no churrasco da minha amiga (aquela que não fui dar os parabéns pelo aniversário semana passada), e depois, de noite, tem o churrasco do meu pai. Pretendo me virar para controlar, já que o dia de folga já era, e hoje é o dia um. Acho que não terei maiores problemas, eu nem sou muito de churrasco mesmo... *

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Cravings...

Que eu estou bem mais controlada, isso é verdade. Mas outra verdade é como o sétimo dia (o livre, que é sexta-feira) me ajuda. Nossa, incrivelmente. Hoje acordei achando que era quinta, pensando que graçasadeusamanhãjáésexta, aí vi que não era e deu um certo desânimo. Durante a sexta passada, eu nem aproveitei a liberdade de comer, nem comi tanto quanto costumava comer em um dia qualquer. Ficava pensando "não preciso desse dia, nem quero comer agora". Só que ele não é importante em si mesmo; o dia livre é importante nos outros dias.

Às vezes, a única maneira de aliviar a ansiedade é jogá-la pra sexta-feira. Eu quero isso, quero aquilo mas não, hoje não: sexta. Aí fica mais fácil controlar. Também não vem aquele pensamento desesperador do tipo "quando é que eu vou poder comer uma pizza/doce/batata frita de novo na vida?", pois eu sei quando vou poder: na sexta. Mesmo que eu acabe não comendo. Nem que fique pra outra sexta. Pelo menos eu sei quando vou poder aliviar a vontade de comer alguma coisa, que há um dia na semana em que é permitido.

Os trabalhos da faculdade já estão começando a apertar. Mal o semestre começou e já estamos além da metade! Aos poucos os prazos começam a chegar mais perto e o desespero cresce. Já sei que se aproximam os surtos psicóticos, os dias inteiros vividos dentro do campus e as noites pouco (ou nada) dormidas. Só quero saber como vou fazer, agora, para virar noites inteiras trabalhando sem meu combustível habitual: chocolate. Nossa, chocolate... Acho que vou comer um na sexta-feira! *